Hoje, dia 16 de outubro, um dia após o Dia do Professor e alguns dias após o Dia das Crianças, esses dois protagonistas do processo educativo não podem se encontrar.
Nosso encontro com os estudantes, aliás, já está suspenso há uma semana, pois desde o dia 8 de outubro, vive-se dia a dia operações policiais em várias favelas da Maré.
A já conhecida política de guerra ao tráfico viola direitos de ir e vir, conta mais uma vez com forças policiais adentrando a casa dos moradores sem qualquer aparato legal.
Os moradores da Maré acordam ao som de tiros mais um dia.
Os estudantes da Maré têm 19 dias letivos a menos que outros estudantes, mas nessa sociedade capitalista a farsa da meritocracia continua atuando nos discursos da mídia o tempo inteiro, bem como em tantos processos seletivos a que estes estudantes serão submetidos (ou não).
Ao filho da classe trabalhadora desde cedo é apresentada a barbárie social: a impossibilidade de um direito básico como ir à escola.
Medo, horror, serviços interrompidos, violações.
Em tempo: esse cenário de caos é alinhavado aqui no Rio pela política genocida de Cláudio Castro.
Não nos esqueçamos que Minas Gerais e Bahia também vivem as mesmas situações de medo e horror, tendo a periferia devastada por forças policiais truculentas.
Apesar disso, o governo federal, bem como o prefeito Eduardo Paes, seguem se omitindo.
#Pelo fim das operações policiais nas favelas.
#Não a retirada de diretos básicos do povo das favelas e periferias.
Assinam: Elaine Borba e Mariana Muniz, diretoras da Regional IV do Sepe RJ e professoras na Maré.