Rede municipal convoca profissionais para discutir o plano de carreira na assembléia desta quinta-feira (dia 12/11) no Sindsprev
O Sepe convoca os profissionais da rede municipal do Rio para a assembléia geral, que será realizada nesta quinta-feira (dia 12 de novembro), no auditório do SINDSPREV (Rua Joaquim Silva, 98 A - Lapa) a partir das 18h.
Na pauta do encontro está incluída a discussão sobre o plano de carreira da categoria, que não foi implementado até hoje e a nova proposta enviada pela SME para a Câmara de Vereadores e que pretende mudar a carga horária dos profissionais das escolas municipais.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
'Questões inaceitáveis': Especialistas criticam perguntas que faziam elogios ao governo Lula em prova do Enade
Publicada em 11/11/2009
Maiá Menezes, O Globo
RIO - As questões propostas no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) que faziam elogios a ações do governo Lula foram consideradas inadequadas e ineficazes por estudiosos ouvidos pelo GLOBO. Na avaliação da professora Bertha Valle, da Faculdade de Educação da Uerj, há, na prova, perguntas que não servem para medir os conhecimentos gerais dos universitários.
- Foi uma forma inadequada de elaboração das questões que devem ser de conhecimentos gerais - afirma a educadora, que lembra que as diretrizes da prova foram definidas por uma comissão de sete professores indicados pelo Inep:
- Fica difícil acreditar que não houve intenção de algum membro do governo de enaltecer realizações do Executivo.
O professor Eurico Figueiredo, do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (UFF), afirma que as questões revelam uma "privatização de interesses" dos que estão no poder.
- É inaceitável. São tantos os problemas do Brasil, tantas questões, por que vinculações com assuntos ligados ao governo? É inábil, inaceitável, e não é inteligente para o próprio governo - diz o professor, lembrando que, com a popularidade em alta, o presidente Lula não precisaria desse tipo de propaganda.
Roberto Romano: Elaboração da prova revela abusos
Professor de Ética e Filosofia da Unicamp, Roberto Romano afirmou que a elaboração da prova revelou abusos.
- Ficou claro o abuso de um instrumento público. Foi uma bajulação e uma quebra da regra pública. Ninguém tem o direito de utilizar um instrumento do Estado para exaltar a opinião do governante. E no Brasil isso é muito comum para fins oligárquicos. Um educador é pago para ensinar e não para exaltar seu superior - disse o professor, referindo-se a uma das questões da prova que citava diretamente o presidente Lula.
A questão aparece na prova de Comunicação Social, aplicada a estudantes universitários de seis carreiras: a prova afirma que Lula foi criticado pela mídia ao dizer que a crise financeira internacional teria o efeito de uma marolinha no Brasil. O enunciado afirma que "agora é a imprensa internacional que lembra e confirma a previsão de Lula". ( Confira as questões com com referência ao governo Lula )
Ex-presidente do Inep no governo tucano, Maria Helena Guimarães Castro vê um desvio de finalidade na prova. Ela defende que as perguntas deveriam se referir a políticas públicas, e não a projetos específicos.
- Esse tipo de pergunta não mede conhecimento. Apenas se o aluno está acompanhado o que o atual governo está fazendo. Da forma como está, fica algo muito mais publicitário do que qualquer outra coisa.
Ela ressalta ainda que a prova deveria contemplar perguntas de outros governos emblemáticos para o país, como os anos JK:
- As questões devem exigir raciocínio do aluno sobre a solução de problemas do país.
Maiá Menezes, O Globo
RIO - As questões propostas no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) que faziam elogios a ações do governo Lula foram consideradas inadequadas e ineficazes por estudiosos ouvidos pelo GLOBO. Na avaliação da professora Bertha Valle, da Faculdade de Educação da Uerj, há, na prova, perguntas que não servem para medir os conhecimentos gerais dos universitários.
- Foi uma forma inadequada de elaboração das questões que devem ser de conhecimentos gerais - afirma a educadora, que lembra que as diretrizes da prova foram definidas por uma comissão de sete professores indicados pelo Inep:
- Fica difícil acreditar que não houve intenção de algum membro do governo de enaltecer realizações do Executivo.
O professor Eurico Figueiredo, do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (UFF), afirma que as questões revelam uma "privatização de interesses" dos que estão no poder.
- É inaceitável. São tantos os problemas do Brasil, tantas questões, por que vinculações com assuntos ligados ao governo? É inábil, inaceitável, e não é inteligente para o próprio governo - diz o professor, lembrando que, com a popularidade em alta, o presidente Lula não precisaria desse tipo de propaganda.
Roberto Romano: Elaboração da prova revela abusos
Professor de Ética e Filosofia da Unicamp, Roberto Romano afirmou que a elaboração da prova revelou abusos.
- Ficou claro o abuso de um instrumento público. Foi uma bajulação e uma quebra da regra pública. Ninguém tem o direito de utilizar um instrumento do Estado para exaltar a opinião do governante. E no Brasil isso é muito comum para fins oligárquicos. Um educador é pago para ensinar e não para exaltar seu superior - disse o professor, referindo-se a uma das questões da prova que citava diretamente o presidente Lula.
A questão aparece na prova de Comunicação Social, aplicada a estudantes universitários de seis carreiras: a prova afirma que Lula foi criticado pela mídia ao dizer que a crise financeira internacional teria o efeito de uma marolinha no Brasil. O enunciado afirma que "agora é a imprensa internacional que lembra e confirma a previsão de Lula". ( Confira as questões com com referência ao governo Lula )
Ex-presidente do Inep no governo tucano, Maria Helena Guimarães Castro vê um desvio de finalidade na prova. Ela defende que as perguntas deveriam se referir a políticas públicas, e não a projetos específicos.
- Esse tipo de pergunta não mede conhecimento. Apenas se o aluno está acompanhado o que o atual governo está fazendo. Da forma como está, fica algo muito mais publicitário do que qualquer outra coisa.
Ela ressalta ainda que a prova deveria contemplar perguntas de outros governos emblemáticos para o país, como os anos JK:
- As questões devem exigir raciocínio do aluno sobre a solução de problemas do país.
Exageros: Governo infla dados em campanha sobre educação
Publicada em 11/11/2009
Catarina Alencastro, O Globo
BRASÍLIA - O governo federal começou a divulgar, esta semana, propaganda sobre seus investimentos em educação, com o slogan "Nunca se investiu tanto em educação". Mas os dados da publicidade são um pouco diferentes do que ocorre na prática. O anúncio do governo cita mil novas creches em todo o país, embora o Ministério da Educação admita que nenhuma delas está pronta. No total, são 1.022 creches, todas em estágio de licitação ou construção.
A publicidade destaca ainda o número de alunos beneficiados com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O governo federal lista entre suas realizações o fato de 45 milhões de alunos serem beneficiados pelo Fundeb. O fundo, porém, é movimentado em sua maior parte por recursos dos estados e municípios. Este ano, o fundo movimentou R$ 72,7 bilhões, sendo que a União contribuiu com apenas R$ 5,07 bilhões (6,9% do total).
A contrapartida do governo Lula foi repassada para nove estados do país, beneficiando 18,2 milhões de alunos. Os outros 26,8 milhões usufruíram do dinheiro de seus próprios estados ou cidades. A partir de 2010, a União se compromete a contribuir com 10% do total de recursos do Fundeb.
Ainda faltam mais de cem escolas técnicas
Em relação às escolas técnicas, a propaganda fala que o Brasil poderá contar com 214 novas instituições já no ano que vem. Segundo o MEC, somente 96 novas unidades estão funcionando. O governo terá de correr para entregar, em ano eleitoral, as outras 118 escolas técnicas que prometeu.
Já no caso do Programa Universidade para Todos (ProUni), o número de bolsistas contemplados é exatamente o anunciado: 419 mil em todo o país. Outro dado preciso é o de bolsas de doutorado. A propaganda fala em 24 mil ao ano. No ano passado, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) deu 7.990 bolsas para doutores e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), outras 16.227. Somando as duas fontes, o país apoiou financeiramente 24.217 doutorandos.
O governo também anunciou a criação de 12 novas universidades federais. Destas, apenas uma ainda não tem alunos estudando. Com relação aos laboratórios de informática, o MEC informa que já adquiriu 34.706 laboratórios em todos os estados. Na propaganda, o número é mais modesto: 32 mil.
Catarina Alencastro, O Globo
BRASÍLIA - O governo federal começou a divulgar, esta semana, propaganda sobre seus investimentos em educação, com o slogan "Nunca se investiu tanto em educação". Mas os dados da publicidade são um pouco diferentes do que ocorre na prática. O anúncio do governo cita mil novas creches em todo o país, embora o Ministério da Educação admita que nenhuma delas está pronta. No total, são 1.022 creches, todas em estágio de licitação ou construção.
A publicidade destaca ainda o número de alunos beneficiados com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O governo federal lista entre suas realizações o fato de 45 milhões de alunos serem beneficiados pelo Fundeb. O fundo, porém, é movimentado em sua maior parte por recursos dos estados e municípios. Este ano, o fundo movimentou R$ 72,7 bilhões, sendo que a União contribuiu com apenas R$ 5,07 bilhões (6,9% do total).
A contrapartida do governo Lula foi repassada para nove estados do país, beneficiando 18,2 milhões de alunos. Os outros 26,8 milhões usufruíram do dinheiro de seus próprios estados ou cidades. A partir de 2010, a União se compromete a contribuir com 10% do total de recursos do Fundeb.
Ainda faltam mais de cem escolas técnicas
Em relação às escolas técnicas, a propaganda fala que o Brasil poderá contar com 214 novas instituições já no ano que vem. Segundo o MEC, somente 96 novas unidades estão funcionando. O governo terá de correr para entregar, em ano eleitoral, as outras 118 escolas técnicas que prometeu.
Já no caso do Programa Universidade para Todos (ProUni), o número de bolsistas contemplados é exatamente o anunciado: 419 mil em todo o país. Outro dado preciso é o de bolsas de doutorado. A propaganda fala em 24 mil ao ano. No ano passado, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) deu 7.990 bolsas para doutores e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), outras 16.227. Somando as duas fontes, o país apoiou financeiramente 24.217 doutorandos.
O governo também anunciou a criação de 12 novas universidades federais. Destas, apenas uma ainda não tem alunos estudando. Com relação aos laboratórios de informática, o MEC informa que já adquiriu 34.706 laboratórios em todos os estados. Na propaganda, o número é mais modesto: 32 mil.
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