Por Luiz Baltar*
Para quem não sabe, o voto tornou-se obrigatório no Brasil na década de 30. Há quase 80 anos carregamos esse fardo. O voto é um direito, ser obrigado a votar, é um fardo.
Defender a manutenção do voto obrigatório nos dias atuais, principalmente com as mesmas justificativas daquela época, nos coloca em uma situação pouco agradável. De eternos ignorantes.
É provável que com o voto facultativo muitas pessoas deixarão de ir às urnas, porém, obrigá-las a votar sem consciência política, dá no mesmo ou até pior, como os fatos tem revelado. São pessoas que votam em qualquer um, naquele que está à frente nas pesquisas, em quem o vizinho pediu, etc.
Votar não é um dever cívico, e sim um direito cívico, uma escolha, não uma obrigação. Da mesma forma que os cidadãos tem outros direitos legais assegurados, obrigar qualquer um a usá-los está na verdade retirando um dos seus direitos básicos, o direito de livre escolha. Queremos poder escolher e não ser obrigados a ter que escolher.
O fato do voto ser obrigatório é mais um motivo para defendermos o voto nulo, neste caso como desobediência civil contra o sistema.
* Luiz Baltar é Professor de Arte
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