quarta-feira, 4 de novembro de 2009

III Encontro de Cinema Negro-Brasil, África e Américas

Com curadoria de Zózimo Bulbul, o III Encontro de Cina Negro-Brasil, África e Américas é um trabalho que se desenvolve há três anos pelo Centro Afro Carioca de Cinema visa uma aproximação com as Américas Central e do Norte, com exibição de filmes nacionais, africanos, latinos e americanos.

Dias 10, 11, 12, 14 e 15/11
R$3 e R$1,50 (meia)



Informações: www.afrocariocadecinema.org.br

Acessea programação do Centro Cultura da Justiça Federal

SME continua perdida em meio à guerra do crime e quer obrigar profissionais de educação e alunos a se tornarem verdadeiros “Rambos”

Treinamento de "emergência", que só começa no ano que vem, mostra o quanto a SME se encontra distante da realidade das comunidades escolares e cada vez se enrola mais ao tentar dar uma resposta à violência que a cada dia ronda mais o entorno das escolas municipais localizadas em áreas de risco.

A imprensa publicou hoje uma medida que mostra bem como o governo municipal não sabe o que fazer para garantir a segurança das escolas da sua rede localizadas em áreas de risco. Com o avanço da guerra do tráfico pelas regiões da capital, agora, as escolas da região da Vila Kennedy tiveram que fechar as portas ontem por causa de mais um tiroteio provocado por uma tentativa de invasão da comunidade durante o último final de semana. Relatos de profissionais de escolas localizadas na Vila Cruzeiro dão conta de que a situação naquela região ainda está tensa e os riscos para profissionais e alunos permanecem altos.

Plano de "emergência" parece coisa de ficção
Hoje, a SME anunciou um “plano de emergência” – mas que só será implementado a partir do ano que vem - para “treinar” professores, funcionários e alunos de 150 escolas municipais localizadas em áreas violentas para que eles possam “enfrentar as situações de alta tensão, como tiroteios entre bandidos e policiais”.

Segundo matéria publicada no Jornal O Dia (04/11), o curso deve ensinar como deixar as salas de aula da maneira mais segura e se abrigar em locais em que o grupo possa aguardar o cessar fogo.
“Essa é a nossa realidade. Temos que fazer frente a isso e treinar nossos professores e crianças para aprenderem a atuar numa situação de emergência”, explicou a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, para a reportagem do Dia.

SME divulgou mapeamento de escolas em áreas de risco feito pelo Sepe em 2006
A secretária só não disse que o “mapeamento” das escolas em áreas de risco (e são mais de 200 e não 150 conforme o anunciado pela SME) foi um trabalho realizado pelo Sepe, ainda em 2006, e consta de um dossiê entregue à autoridades estaduais e municipais, da área de Segurança e de Educação, além do Conselho Tutelar e do Ministério Público Estadual. Costin também não reconheceu que, apesar das denúncias do sindicato e dos pedidos de providência da parte da SME e das CRE's para garantia dos profissionais e alunos, até hoje não foi elaborado um plano de contingência capaz de evitar uma tragédia a cada dia mais anunciada, com alunos e professores sendo atingidos pelo fogo cruzada da guerra entre marginais e policiais: em 2007, vários alunos de uma escola municipal, localizada no Complexo do Alemão, foram feridos dentro de sala de aula durante um confronto entre a polícia e traficantes locais.

Haveria tantas guerras se os governos investissem realmente na educação pública em vez de ficarem criando factóides?
A SME, a prefeitura, a Secretaria Estadual de Educação e o governo estadual tem que entender de uma vez por todas que a categoria e as comunidades escolares não querem treinamentos para formação de “Rambos”, que saibam como enfrentar tiros de fuzil e detonações de granadas. O que a categoria, alunos e responsáveis exigem é a coerência da parte das autoridades – coerência, aliás, que sobra da parte dos profissionais de educação e dos responsáveis, os primeiros, quando fecham as portas das escolas mesmo sob a coação de diretores de CRE's que desconhecem a realidade destas escolas e exigem que elas continuem funcionando como se nada estivesse acontecendo ao seu redor. Os segundos, quando deixam de levar seus filhos para a escola, já que tem que atravessar uma verdadeira “zona de guerra” para fazer o trajeto das suas residências até as unidades escolares. Ora, se professores e funcionários sabem bem quando não devem se expor aos perigos da guerra sem quartel do crime organizado, como as autoridades “responsáveis” pelo bem-estar da população se fazem de cegos ou surdos e querem obrigar as escolas a funcionar em meio a tais conflitos?

Mais uma vez, infelizmente, o poder público municipal, através da sua secretária de Educação, se utiliza um factóide para tentar dar uma resposta rápida à opinião pública sobre a ineficácia do seu trabalho para garantir a segurança das escolas. Mas ela só conseguiu mostrar o quanto a SME se encontra distante da dura realidade vivida pela população carioca no seu a cada dia mais violento dia-a-dia. Até mesmo porque, se a política pedagógica dos governos municipal, estadual e federal fosse um pouco mais consequente e séria, quantas destas guerras fratricidas entre quadrilhas em disputa por pontos de drogas não teriam sido evitadas?

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