quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

SOBRE OS CONFLITOS ARMADOS NA MARÉ



SOBRE OS CONFLITOS ARMADOS NA MARÉ

Mal iniciamos o ano letivo e as aulas já foram interrompidas. Operações policiais e conflitos armados, trouxeram o terror a centenas de pessoas, interditaram as 3 principais vias da cidade, levaram a vida de um jovem e de um menino de 13 anos, aluno de uma das escolas da Maré.

Os governos como sempre, se isentam de sua responsabilidade e ainda tentam “criar” uma situação de normalidade. Algumas chefias repetem o discurso. Mas é possível garantir aula “normal” diante deste cenário? Devemos naturalizar mais uma morte?

O Brasil está em 7º lugar entre os países que mais matam no mundo (média de154 mortes por dia), superando a realidade da guerra civil na Síria (149 mortes por dia) e do conflito Israel x Palestina (66 mortos por dia). Uma em cada 10 pessoas assassinadas no mundo é brasileira, de acordo com o 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Segundo o Atlas da Violência 2017, homens, jovens, negros e de baixa escolaridade são as principais vítimas de mortes violentas no país. De cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. Jovens negros entre 12 e 29 anos estão mais vulneráveis ao homicídio do que brancos na mesma faixa etária.

A única política pública existente é a da criminalização através de incursões policiais. Elas ocorrem há décadas sem que nenhuma melhoria tenha ocorrido. Ao contrário. O comércio de drogas cresce e movimenta bilhões de reais por ano, o consumo dobrou em menos de dez anos e já é quatro vezes maior que a média mundial, segundo o Conselho Internacional do Controle de Narcóticos, entidade ligada a ONU.

Os dados comprovam que a chamada guerra contra as drogas não tem como alvo o fim do tráfico. O alvo tem cor, classe social e endereço. Trata-se de uma guerra aos pobres, onde a principal vítima são os setores mais excluídos e explorados da nossa sociedade: quem é preto, quem é pobre, quem é da periferia. Os verdadeiros senhores das drogas continuam tranquilos nas áreas mais ricas da cidade, jantando nos restaurantes mais refinados, transitando nos corredores dos palácios.

Exigimos do governo investimento em moradia, saneamento, geração de emprego, saúde e educação.

Toda a solidariedade as famílias, aos profissionais, a comunidade da Maré.

Estamos de luto!

SEPE/Regional 4. 

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