quarta-feira, 22 de novembro de 2017

FORA RACISMO DA EDUCAÇÃO!


FORA RACISMO DA EDUCAÇÃO!

O 20 de novembro é o dia da Consciência Negra, data de resistência e luta da população negra no Brasil. Este dia  foi escolhido pelo Movimento Negro por representar a data da morte de Zumbi dos Palmares que dedicou sua vida na luta contra a escravidão.
E exatamente neste dia que tem uma simbologia, o Secretário de Educação da Rede Municipal do Rio de Janeiro fez uma postagem em seu Facebook que demonstra toda a sua raiva ao Dia Nacional da Consciência Negra.

Nesta nota nas redes sociais fala que: “Detesta a racialização do Brasil” e “a Idiotice racial prospera”, mostrando explicitamente um discurso  racista e contaminado pelo mito da democracia racial que cumpre o papel de invisibilisar ou negar o racismo, e a suposta inferioridade justificando  as migalhas oferecidas pelo sistema capitalista.

O racismo ideológico “justifica” o tráfico negreiro e os atos brutais para possibilitar o acúmulo de capital através da exploração da mão de obra barata mantendo os privilégios e regalias da classe dominante que é a  branca.

O desequilíbrio do Secretário foi estimulado porque uma atriz negra fala do racismo que seu filho recebe no cotidiano, apesar de pertencer a uma parcela quase inexistente de negros com situação privilegiada no Brasil. Para descaracterizar as denúncias feitas pela atriz, afirma que ela e seu filho são “lindos e cheirosos”. Vale salientar que os adjetivos usados  para se referir a atriz e seu filho  é mais outra demonstração de deboche, pois o racismo  sempre cita que o negro é feio e fedorento. Ou seja, se eles não são isso, não haveria possibilidade de sofrer este preconceito.

O Brasil vive a teoria do embranquecimento e o mito da democracia racial que serve para dividir a classe, baseada  na tonalidade da pele. Ser branco é sinal de superioridade e a pele escura implica em ser mais discriminado e excluído. Essa ideologia está a serviço da dominação e da farsa que existe oportunidades entres os indivíduos de todas as raças. Em sua declaração quando afirma em seu cárcere em Bangu que como branco era minoria no meio dos negros, tenta manipular o conceito de raça e classe.

O Secretário da cidade carioca é um admirador de Gilberto Freyre, segue a mesma lógica quando este defendeu que os mestiços, por terem crescido nas sombras da Casa Grande, desde sempre se beneficiaram da posição social de seus senhores. Isso não é novidade pois o projeto apresentado pelo Secretário de educação no início de sua gestão  tem como um dos nomes como inspiração Gilberto Freyre.

Exaltar este escritor que é autor de “Casa Grande e Senzala - 1933” na qual compara: “que a mulher branca é para casar, mulata para o sexo, negra para trabalhar, é exaltar a dita miscigenação onde as mulheres negras escravas eram estupradas pelos senhores ou para iniciar sexualmente seus filhos. É o que existe de pior exemplo de machismo e racismo. 

Temos uma herança  deixada por mais de 380 anos de escravidão e pela diáspora africana que não podemos esquecer e que está marcada no sofrimento. Somos descendentes de seres humanos escravizados, que reafirma sua resistência de raça e classe contra as mortes violentas de jovens e negros com baixa escolaridade.

Quando o atual secretário de educação afirma com palavras de baixo calão “F... as raças” ele reforça os 71% de assassinatos da população negra, os 12 minutos que um jovem negro é morto, os 75%  da população carcerária brasileira sendo negra, que um jovem negro tem cinco vezes chance de ser analfabeto que um jovem branco, que as crianças negras cariocas não terão atendimento médico adequado porque a prefeitura da qual ele faz parte está  fechando clínicas da família porque está  sem medicamentos e profissionais da saúde estão com problemas no salário.

Através desta declaração percebemos o porquê que a lei 10.639/2003 não é implementada de fato na rede.  Seu surgimento há 14 anos teve como  finalidade  trabalhar na educação básica a história da África e cultura  afro brasileira tendo como objetivo trazer para o chão escola o combate permanente contra o racismo resgatando a verdadeira história do povo negro.

Infelizmente, hoje o Rio de Janeiro demonstra que não tem nenhuma política pública de combate contra o racismo.
Por isso, repudiamos veementemente a declaração do Secretário de Educação do Município do Rio de Janeiro. Não admitimos o racismo na educação pública! Não mediremos forças para combater qualquer tipo de preconceito!


A NOSSA LUTA É TODO DIA !
CONTRA O MACHISMO, RACISMO E LGBTFOBIA!

FORA RACISMO DA EDUCAÇÃO!

Sobre as consultas às comunidades escolares para escolha das direções de EDI’s, creches e escolas da Rede Municipal

Hoje começam as consultas às comunidades escolares para escolha das direções de EDI’s, creches e escolas da Rede Municipal. Todo o processo deve sempre ser um período privilegiado para o debate sobre nossa concepção de educação, de democracia. É necessária sua transparência e o respeito à vontade da comunidade escolar. Não podemos concordar com práticas que impeçam estes dois pontos.

Num momento em que os governos aprofundam seus ataques, é fundamental termos direções que estão na luta pela defesa dos direitos, pela escola pública, gratuita, laica e socialmente referenciada.

Defendemos que funcionárias e funcionários também possam concorrer, porque somos todas e todos profissionais de educação. Por isso, também é importante ressaltar que exercer cargo de chefia não é permissão para gritar, expor, humilhar, desviar de função. Não somos culpadas e culpados pelo conceito I. O governo é que não investe em educação. Quando falta água é impossível garantir dia letivo de qualidade, não podemos submeter crianças a ficar sem beber água ou garantir sua higiene básica. Da mesma forma, quando há conflito armado, todos correm risco. Ninguém pode ser obrigado a trabalhar sob tiros. Não podemos submeter estudantes a risco de morte. Abrir a UE não significa ajudar os alunos. Lutar contra os ataques sim. 
Sepe/Regional IV.




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