O processo de eleição para a direção das escolas da rede municipal foi marcado por uma série de denúncias de irregularidades e falta de democracia da SME e das CREs no processo de formação das chapas e na campanha dos candiatos. Veja abaixo o texto enviado pela Regional 3 do Sepe, com denúncias sobre irregularidades no processo eleitoral.
Eleições ou indicações?
O processo eleitoral para escolha dos diretores das escolas municipais está longe de ser um processo democrático e realmente de participação independente da comunidade escolar. Pouquíssimas escolas disputaram as eleições com duas ou mais chapas, e todas elas, tiveram que se submeter ao crivo das CREs para obterem o aval dessas disputas. Nas pré-avaliações que as CREs submeteram os candidatos, a primeira cobrança que impuseram aos mesmos foi em relação ao cumprimento das metas, estabelecidas pela SME em relação as aprovações e evasão. De acordo com a política implementada pela SME, os diretores devem ser correia de transmissão para implementação da política da meritocracia nas escolas. Por isso, o aval das CREs, para os candidatos interessados ao cargo de Diretor, deveria passar necessariamente ao compromisso destes com a aprovação a todo custo. Uma repetição disfarçada da mesma política de César Maia, pela aprovação automática.Veja o que aconteceu na escola de um dos diretores de nossa Regional, prof Antônio Cláudio:
"Na Escola Municipal Pastor Miranda Pinto, uma exceção à regra, duas chapas concorreram e o processo de disputa foi absurdamente truncado e fraudado pela chapa da situação, que representa mais de 30 anos a frente da direção da escola, e que certamente não poderia prometer muita coisa depois desse tempo todo dirigindo esta unidade. O que prometer se não foi capaz de cumprir nos seus mais de 30 anos de mandato?
Com o aval da 3ª CRE, que esteve na escola durante o processo de disputa, a chapa de oposição foi impedida de realizar sua campanha por meio de adesivos, panfletos aos alunos e aos pais e até mesmo o corpo a corpo com os alunos e responsáveis. Não havia nesses panfletos qualquer alusão a outra chapa, nada de desrespeitoso que pudesse desabonar as propostas de mudança ali contidas. Grande parte dos professores da escola foram protagonistas das propostas elaboradas pela oposição.
Por outro lado, a chapa da situação também preparava seu material de campanha, disfarçadamente, sem qualquer proposta política que pudesse justificar uma disputa em alto nível. Inventava mentiras e calúnias a respeito da oposição, e sempre com o aval do representante da 3ª CRE, que visitou a escola para interferir e vetar qualquer forma de campanha estabelecida pela chapa de oposição.
Para completar a armação em curso, a professora presidente da comissão eleitoral não se furtou em realizar boca de urna em favor da situação, enquanto rubricava as cédulas de votação. Grande parte da comunidade escolar está indignada diante da parcialidade que a 3ª CRE se posicionou em relação aos fatos. Cobramos da SME que esta questão seja rapidamente solucionada e que, pelo menos, a eleição seja anulada e um outro pleito seja realizado, sem a interferência parcial da 3ª CRE."