terça-feira, 26 de março de 2013

Crimes da ditadura: acompanhe a comissão da verdade no site do Sepe


O site do Sepe possui uma coluna, onde você internauta pode acompanhar a chamada "Comissão da verdade", que investiga os crimes da ditadura. Para acessar, clique aqui.

A Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro foi empossada em março, tendo como presidente Wadih Damous, ex-presidente da OAB/RJ. A instituição vai investigar e tornar público crimes cometidos por agentes do estado no período da ditadura militar. 

Nosso sindicato também chegou a sofrer a repressão dessa época: na greve de 1979, o Sepe foi fechado pelo governador Chagas Freitas, político nomeado pela ditadura. Os crimes cometidos pelos agentes do estado têm que ser esclarecidos e punidos, para nunca mais acontecerem novamente. 

Neste link, o profissional de educação pode acessar o site da Comissão Nacional da Verdade. E se tiver alguma informação importante sobre aqueles anos de chumbo, você também pode fazer sua denúncia, com a garantia de anonimato.

Fonte: Sepe-RJ

Veja o texto da diretora da EM João Kopke sobre a agressão sofrida por ela na escola


Veja abaixo o texto da professora Leila Soares, diretora da Escola Municipal João Kopke, que foi agredida por um aluno da unidade na última sexta-feira. O texto foi postado no facebook e teve alguns trechos reproduzidos em reportagens nos jornais de hoje. O fato teve ampla repercussão na imprensa e o Sepe se colocou à disposição da colega para o que for necessário:
  
A diretora agredida da João Kopke:

Leila Soares

Quantas vezes nos indignamos quando sabemos de casos de agressões a colegas, profissionais como nós.

Mas não nos indignamos o suficiente por acharmos que ainda está muito distante...

De repente, chega a nós.

O corpo dói. Mas a dor vai passando com gelo, analgésico, remédios...

O coração, este fica tão apertado que parece que sobra espaço em torno dele de tão pequeno. Este espaço é preenchido com dor. Que não tem remédio.

A alma fica endurecida. Parece que sai do nosso corpo...

A pele dói. O sangue circula doendo. Os membros movem-se doendo.

Perdemos o chão. Não temos onde nos agarrar.

Só o carinho dos amigos (conhecidos ou não) é que nos conforta.

Sofremos nós, nossos parentes, nossos amigos, nossos companheiros.

Sofre uma sociedade inteira que vive temerosa porque não temos quem nos proteja.

O agressor sai de cabeça erguida, olhando para trás e rindo.

Não só do agredido, mas de cada um de nós.

Ri daquele que foi empurrado, xingado, ameaçado, chutado, socado.

Ri daquele que o tirou e tentou mostrá-lo o erro.

Ri do erro...

Ri de quem não deveria mais permitir o erro.

Ri da sociedade que fica refém enquanto ele continuará empurrando, xingando, ameaçando, chutando, socando...

Ri do sangue que escorreu, do rosto que machucou, da alma que feriu.

Apenas sai, impune, e olha para trás, e ri.

Para mais adiante deixar refém mais muitos.

Quem somos nós, Educadores?

Pois eu sei quem somos nós:

Somos aqueles de quem ri o que sai impune, olhando para trás e rindo.

Será que serei só mais uma?

Ou a última?

Saiba mais sobre o caso:

Nota do Sepe sobre agressão sofrida por diretora

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