segunda-feira, 11 de junho de 2012

Iaserj ameaçado: vigília completa uma semana e continuará até governador desistir da demolição

Nesta sexta-feira 8/06, completa uma semana de atividade a vigília de servidores e usuários em defesa do Hospital Central do Iaserj, ameaçado de demolição pelo governo Sergio Cabral Filho (PMDB). Nesses sete dias iniciais, a vigília vem recebendo expressivo apoio de parentes de pacientes internados, sindicatos, associações de moradores, movimentos sociais, parlamentares e entidades da sociedade civil, que realizaram um grande ato público contra a demolição, na última terça (5/06), culminando com uma passeata pela Rua Henrique Valadares e imediações.


A liminar expedida nesta quinta-feira 7 pelo juiz Daniel Vianna Vargas, da Comarca da Capital — proibindo a Secretaria Estadual de Saúde de transferir pacientes internados no Hospital Central do Iaserj e de interromper os serviços de atendimento à população usuáriafortalece a luta contra a demolição, mas não dispensa a vigília, que continuará até a Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ) desistir da demolição. A intenção do governo Cabral Filho é entregar a área do Hospital do Iaserj ao Instituto Nacional do Câncer (Inca), que ali construiria um ‘centro de pesquisas’ em oncologia. Se a demolição ocorrer, como quer o governo do Estado, a população do Rio ficará sem um hospital que atende a nove mil pacientes/mês, em 41 especialidades médicas. Fato ainda mais grave quando o Estado vive uma epidemia de dengue e faltam leitos para internação em toda a rede pública de saúde.


 


Servidores se mobilizam contra possível chegada de caminhões com tapumes


Um dos momentos de maior tensão da vigília aconteceu na quarta-feira (6/06), quando servidores haviam sido informados de que caminhões com tapumes, enviados pela Secretaria Estadual de Saúde, estariam se dirigindo à entrada do Hospital do Iaserj com a ordem de ‘cercar a unidade’, preparando-a para a demolição. Imediatamente, dezenas de servidores e parentes de pacientes internados reforçaram a vigília, ocupando o pátio interno da unidade e postando-se no portão principal, para impedir a entrada dos caminhões que, felizmente, não apareceram. Servidores, contudo, avaliam que não está descartada a hipótese de a Secretaria de Saúde colocar tapumes no Hospital e tentar remover à força os pacientes ali internados. Por isso a vigília continua e precisa, cada vez mais, do apoio da população carioca.


Na quarta-feira, logo após a informação de que os caminhões da Secretaria de Saúde se dirigiam ao Iaserj, a reportagem do Sindsprev/RJ esteve no Hospital, onde conversou com servidores e parentes de pacientes internados. Sob forte tensão, eles criticaram duramente o governo do Estado pela tentativa de demolir o Hospital. “O significado desta nossa vigília é única e exclusivamente manter a assistência à população. É isso, nada mais que isso. O povo está morrendo e sendo sacrificado, num ano em que temos a Rio+20, que deveria acontecer para salvar vidas. no ambulatório, o nosso hospital atende a mais de 30 mil pessoas todo mês. É um absurdo que tudo isto acabe agora. Pedimos às entidades da sociedade que nos ajudem a defender o Iaserj, que é de todos”, afirmou, em tom de desabafo, a enfermeira Girlena Barcelos, com 30 anos de serviço no Hospital do Iaserj.


fonte: Sindsprev/RJ

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