quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ratos em escola do município do Rio


O Sepe recebeu várias denúncias de que a Escola Municipal Conde Pereira Carneiro, em Irajá, sofre com uma infestação de ratos. Há cerca de um mês, dezenas de ratos circulam nas salas, banheiros e até no refeitório.
 
Os profissionais estão com medo de comer e até beber água.
 
Ontem um rato passeava em cima do computador da secretária. O funcionário da Comlurb tentou matar, mas ele escapou.
 
A escola atende cerca de 800 alunos e existe o medo de que doenças ocorram na unidade por causa da infestação.

Somos todos do CIEP Rubens Gomes

“Um sistema de desvínculos: para que os calados não se façam perguntões, para que os opinados não se transformem em opinadores. Para que não se juntem os solitários, nem a alma junte seus pedaços... 
 O sistema esvazia nossa memória, ou enche de lixo, e assim nos ensina a repetir a história em vez de fazê-la. As tragédias se repetem como farsas, anunciava a célebre profecia. Mas entre nós,é pior: as tragédias se repetem como tragédias”.    
                                                                                                                                      Eduardo Galeano)

Na última sexta-feira, nosso aluno Wesley faleceu dentro da sala de aula, vítima do descaso dos governos e de uma bala “achada” durante “ação” policial. Cada um de nós que já saiu com os alunos rastejando pelo chão da escola, em busca de um local menos vulnerável ao tiroteio, ou que ficou cantando para acalmar os alunos e minimizar seu próprio pavor, sabe o que aconteceu.
 
Talvez quem não saiba é quem deveria nos proteger: a polícia, os governantes.
Mas para eles tanto faz. Não importa se Wesley tinha uma vida inteira pela frente, como ficarão os pais, como ficarão os alunos e os trabalhadores da escola. O importante são as metas, o desempenho. Crianças são só estatísticas, diretores de escola tem que ser gestores de empresa, profissionais de educação são fabricadores de índices.

Se os funcionários adoecem por conta das péssimas condições de trabalho, a solução é contratar a Comlurb. Afinal se adoecerem é problema do INSS. Se os alunos não aprendem a culpa é do professor que não planeja. Afinal temos uma média de 6 minutos por dia para isso. Alunos das Escolas do Amanhã tem aula com voluntários e oficineiros. Afinal quem mora em comunidade não merece um ensino de qualidade. Que triste concepção de educação.
 
Para nós a luta por uma educação pública de qualidade e a construção de uma sociedade mais justa é o mais importante.
 
Não precisamos de cursos para nos ensinar como agir em situações de risco.
 
Não precisamos do desvio de verbas para OS’s, Institutos e Fundações. Precisamos de respeito. Exigimos ser ouvidos. Estamos cansados. Não admitiremos mais que nossos alunos morram por causa da negligência dos governantes.
 
As operações policiais ocorrem de forma diferenciada de acordo com a região da cidade. Na zona sul é de um jeito, nos locais mais desassistidos de outro. A violência imposta nestas "ações onde atira-se primeiro e pergunta-se depois, revela o descaso que os governo tem com a vida dos milhares de trabalhadores que moram em comunidades. É a política de um governo que já afirmou que mulheres pobres “são fábricas de marginais”.  
 
O que os governos devem fazer é garantir empregos, salários dignos, saúde e educação pública para toda à população.   
 
Há anos o Sepe denuncia e cobra dos governos medidas para a solução dos problemas da violência nas escolas e creches. Uma infinidade de documentos foi entregue à Prefeitura, ao Ministério Público e ao parlamento. Inúmeras vezes alertamos sobre os riscos que poderíamos sofrer. Infelizmente nenhuma medida foi tomada.
 
Diante de tamanha calamidade o Sepe e toda a sociedade cobram dos governos a responsabilidade por este falecimento.
 
Não basta agora lamentarem o ocorrido, pois estes fatos são de sua responsabilidade. Não adianta blindar escolas. E se o aluno estiver na quadra? E se estivesse saindo do refeitório? E se estiver no caminho para casa?
 
Se os governos realmente se importam com a educação, que marquem uma audiência pública com o Sindicato e a categoria, para garantir nossa pauta de reivindicação e ouvir nossas propostas.
 
Exigimos emergencialmente:
 
- Contra a criminalização da pobreza;
 
- Fim das operações fascistas nas comunidades;
 
- Redução do quantitativo de alunos por turma e construção de novas unidades;
 
- Autonomia para o não funcionamento das escolas em casos graves, sem pressão da  CRE ou SME;

Nota do Sepe sobre a morte de um aluno em Ciep em Costa Barros

Com respeito à morte do aluno Wesley Rodrigues de Oliveira, de 11 anos, ferido por uma bala perdida dentro de sala de aula no Ciep Rubens Gomes (Costa Barros), o Sepe lamenta o ocorrido, que é mais uma prova do aumento da violência que ameaça profissionais e alunos nas escolas públicas do Rio de Janeiro.

Há alguns anos, o sindicato tem denunciado nos mais variados fóruns (Ministério Público, Conselho Tutelar, Secretaria de Estado de Segurança Pública, Secretarias estadual e municipal de Educação, Câmara de Vereadores e OAB/RJ) o perigo que ronda o ambiente escolar, não só na área interna das unidades municipais e estaduais mas, também, o entorno das escolas – muitas delas localizadas dentro ou próximas de áreas consideradas de risco.

Em 2006, o Sepe divulgou um dossiê que relacionava cerca de 200 escolas localizadas em áreas de risco, mas até hoje as autoridades não tomaram providências no sentido de aumentar as condições de segurança e funcionamento das escolas.

O sindicato também reivindicou das secretarias de Educação normas claras para o funcionamento das unidades no caso de ocorrência de conflitos, já que, muitas vezes, as direções de escolas não têm autorização para fechar as portas ao primeiro sinal de confrontos entre policiais e bandidos.

Um dos problemas mais visíveis nas escolas públicas é a falta de porteiros e inspetores de alunos. A carência desses profissionais piora a violência nas unidades, já que é impossível para um corpo pequeno de profissionais zelar pela segurança, em muitos casos, de centenas de alunos.

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