sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Cabral exonera Teresa Porto e novo secretário de educação apresenta velha proposta de meritocracia

CABRAL TROCOU SEIS POR MEIA DÚZIA!
Mal foi reeleito e o governador Sergio Cabral exonerou sua secretária de Educação, Teresa Porto. O novo secretário é o ex-diretor do Rio Presidência, Wilson Risolia. E com ele empossado, já começa a pipocar na imprensa a história de que a SEE irá implantar um sistema de metas parecido com o que existe na SME, com Claudia Costin, o que de maneira alguma será aceito pela categoria, que recebe um dos menores salários do país.

Novo secretário de educação apresenta velha proposta de meritocracia
 
O que diz o novo secretário de educação do estado do Rio de Janeiro, sobre a implantação da meritocracia no ensino, está longe de ser uma nova e boa idéia. O sistema meritocrático  na educação  de que fala o novo responsável pela pasta,  vem sendo utilizado nos EUA há 20 anos. Baseadas em medição de mérito e principalmente na responsabilização do professor pelo fracasso da educação, o sistema só fez cair a qualidade da educação americana. Recentemente, a professora Diane Ravicht, que ajudou  na sua implantação, fez crítica ferrenhas ao sistema e sua revisão de conceitos foi apresentada no livro The Death and Life of the Great American School System (tradução livre: a morte e a vida do grande sistema escolar americano), lançado este ano naquele país. No livro, a professora Diane demonstra que a formação dos alunos reduziu-se a prepará-los para  terem êxito em provas e que isso não representa melhoria na educação.

Eduardo Paes e Claúdia Costin seguem a mesma cartilha
Também no município do Rio, o prefeito Eduardo Paes, vem utilizando o mesmo sistema da meritocracia, sem sucesso. Nesta semana foi aplicado na rede o simulado para a prova Rio do dia 18/10 (que medirá o ide rio, responsável pelo pagamento do 14º salário para o próximo ano) e os professores garantem que nem sempre os melhores alunos fazem boas provas. Numa turma de 4º ano, da EM Noel Rosa, por exemplo, um aluno semi-analfabeto, em 32 questões acertou 19. E uma aluno com conceito B no último bimestre acertou apenas 9 questões. Além disso estas provas são elaboradas com  muitos conteúdos inadequados às séries. Os chamados provões centralizados, tratam alunos desiguais como iguais. 
Para o Sepe está muito claro que alunos provenientes das classes pobres e moradores de comunidade, não tem a mesma experiência daqueles que moram em bairros e são provenientes da classe média. As diferenças individuais tanto de alunos, quanto de escolas, não são levadas em consideração quando se elabora uma única prova para toda a rede. Sem falar que a prova de múltipla escolha, como único elemento avaliador, é uma loteria.
O Sepe está tentando trazer para um debate aqui no Rio a ex-secretária da educação Diane Ravicht e a Regional III do SEPE, fez neste ano uma entrevista exclusiva com a americana (leia a entrevista).
O Sepe apresentará como proposta ao novo secretário o cumprimento da pauta de reivindicações que contém entre muitos pontos a valorização profissional para que inclusive os profissionais não se exonerem da rede, a estruturação das escolas e a contratação de profissionais para suprir a carência.

Neste link, o leitor pode ver a matéria do RJTV da Globo, com a entrevista com a coordenadora do Sepe e diretora da regional 04, Vera Nepomuceno.

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