sexta-feira, 1 de junho de 2012

Carta de Colégio Estadual critica reportagem do Globo que responsabiliza escolas pelo fracasso da política educacional no Rio de Janeiro



Em carta aberta enviada para o Sepeos profissionais do Colégio Estadual Professor Augusto Motta dão uma resposta contundente à matéria publicada no Jornal O Globoedição de 28 de maiointitulada "O fracasso do ensino público na calada da noite", que apontou somente aspectos negativos sobre a realidade da educação públicasem ouvir os profissionais da unidade e se baseando apenas em estatísticas e dadosque não oferecem uma visão completa dos problemas por que passam as escolas no seu cotidiano.A matéria também citou outras escolas de ensino supletivo,apontando os mesmos problemas de reprovação de alunoscomo se a culpa fosse dos profissionais que nelas trabalham.Problemas estes causados pelo descaso dos governostanto estadual como municipal e por políticas pedagógicasque privilegiam as estatísticas em detrimento da valorização e  dos investimentos no setorVeja o texto abaixo:


CARTA ABERTA À POPULAÇÃO: O FRACASSO DO ENSINO PÚBLICO NA CALADA DA NOITE, NO AMANHECER E NO ENTARDECER

Num momento em que se fala e prioriza a qualidade na educação, nos deparamos com uma visão distorcida de pessoas quetalveztenham apenas frequentado a escola por trás da mesa, sentado em uma cadeiraEssas pessoas ditam uma realidade que não chega nem perto da real situaçãoDurante muitos anos frequentamos a escola e sempre falaram que ela tem que ser vista como a continuação da casa do aluno.

Hojediante da reportagem que lemos no Jornal O Globo, do dia 28/05/2012, vemos que a escola não é mais a casa do alunoEla transformou-se na imagem e representação de númerosNúmeros de aprovaçãonúmeros de evasãonúmeros para verbas.

melhor escola é a que mais aprova. E, afinalnão sabíamos que o estadotanto como o municípiodefende a aprovação automáticaInteressante é que nunca recebemos a visita de um repórter para saber que condições os funcionários têm de trabalho, de localização da escola, de clientela e até mesmo da tão discutida questão salarial. Um jornal que se diz democrático mostrou-nos quena realidadeele é politizadopois  apoio a um governo autoritário e déspotaQueríamos saber também o porquê da reportagem não citar os depoimentos positivos de alunos e professores sobre projetos e eventos da escola. A única profissional ouvida é professora contratadaque começou este ano na escola não tem conhecimento de nada que foi realizado nesta unidade escolar.

Gostaríamos de expressar nossa indignação diante da atitude antiética do senhor Alan Figueiredo Marques, diretor administrativo da regional Metropolitana III, que se diz educadormas não teve a capacidade de se dirigir ao corpo docente da escolaapurandocorretamente, as práticas pedagógicas. O mesmo dirigiu-se apenas ao corpo discente, com perguntas capciosasNum governo que proclama a Educação de Qualidade como base de tudofica a perguntaque qualidade é essa?


Rio de Janeiro, 29/05/2012.


COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR AUGUSTO MOTTA

Um comentário:

  1. Eis uma tira que retrata essa triste realidade!
    http://rosearaujocartum.blogspot.com.br/2012/04/iscola-o-crime.html

    ResponderExcluir

As 10 postagens mais acessadas

Seguidores