quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Divulgação do novo IDEB: realidade nas escolas municipais e estaduais contradizem os resultados divulgados pelo MEC

Durante a tarde de ontem (dia 14/8) e a manhã desta quarta-feira (dia 15/8), os veículos de comunicação divulgaram os resultados do IDEB 2011 (Índice Básico de Desenvolvimento da Educação Básica), mostrando que a educação municipal e estadual no Rio de Janeiro apresentaram avanços. As secretarias municipal e estadual de Educação uitilizaram a divulgação do índice para comemorar a "melhora" dos resultadosMas os profissionais de educação das redes estadual e municipal sabem muito bem o quanto estes índices podem ser enganadores e que os resultados apresentados ontem não traduzem a realidade das escolas públicas estaduais e municipais. Um estudo do professor Nicholas Davies, da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminensemostra bem como a falta de investimentos e o descaso para com a educação pública em nosso estado se mantém ao longo dos anos e continuou na gestão do governador Sérgio Cabral. A pesquisa do professor Nicholas Davies comprova que o número de matrículas na educação básica entre os anos de 2006 e 2009 teve uma queda significativa, o que faz com que o nosso estado possua hoje em dia uma das menores ofertas de escolas públicasficando atrás dos outros estados das regiões SulSudeste e Centro OesteEnquanto isto, o número de matrículas na rede privadanão por acasoapresentou um crescimento bastante significativoVeja a conclusão dopesquisador:


descompromisso dos governos estaduais do Rio de Janeiro com a educação pública não é de hoje e continuou noatual governo. Um indicador disso é a queda significativa do número de matrículas estaduais na educação básica(conceito quepela Lei de Diretrizes e Bases da Educaçãoabrange desde creche até o ensino médio) em 2009 nacomparação com 2006, o que foi acompanhadonão por acasopelo crescimento do número de matrículas na redeprivada. Em 2006 as matrículas estaduais totalizavam 1.490.137 e correspondiam a 35% do total no Estado em 2009  caíram para 1.288.756 (- 201.381 ou -13,5%), respondendo por 32,2% do total. Por outro lado, as matrículas da rede privada, de 856.835 em 2006, correspondentes a 20,2% do total, subiram para 877.568 (+ 20.733 ou +2,4%) em 2009 e passaram a deter 21,9% do total. 

Em outras palavras, o recuo do Estado na oferta de educaçãoque faz com que ele tenha uma das menores rede s em termos percentuais (a oitava menor do Brasil e a menor das regiões SudesteSul e Centro-Oeste), tem resultado na maior presença da rede privada no Rio de Janeiro, que em 2009 foi em termos percentuais a segunda maior do Brasil (só perde para a do Distrito Federal).   

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