terça-feira, 24 de setembro de 2013

Prefeitura do Rio usa CEC's para organizar pais de alunos contra a nossa greve

A Prefeitura do Rio está organizando pais e alunos nas CREs para participarem de uma passeata contra a greve dos trabalhadores da educação. A iniciativa tem seu epicentro nos Conselhos Escola-comunidade (CECs), um organismo privado de controle da prefeitura. Esta entidade privada é uma pessoa jurídica com CNPJ, no interior da escola, que tem por principais funções a facilitação da circulação dos recursos financeiros e a organização política dos pais dos alunos.

Na década de 1990 o Sepe/RJ, juntamente com as demais entidades sindicais dos trabalhadores da educação e inúmeros teóricos da educação vinculados às universidades federais e estaduais em todo o país, alertávamos contra a politica de “Autonomia da Educação”, que impunha a toda comunidade escolar a condição de se organizar no interior destas entidades.

A prefeitura começa a combater a nossa organização no instante em que criamos, em 1983, a Associação de Pais e Mestres (APM) para discutir as questões pedagógicas da escola e mobilizar trabalhadores e pais de alunos contra a política educacional da prefeitura. A inversão foi logo estabelecida com a criação dos CECs e a sua estrutura privada e cartorial, com eleições específicas de representantes dos segmentos de professores, funcionários e pais: a atenção é desviada das questões pedagógicas para as questões apenas financeiras. Concentra-se atenção no Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), enviado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e pelo Programa Mais Educação, do governo federal.

A prefeitura não está interessada no controle financeiro, pois nunca houve tantos recursos nas unidades escolares. A preocupação é o controle político da escola para a reprodução eleitoral dos grupos governantes e a implantação das políticas meritocráticas que limitam e privatizam o ensino.

A organização desta manifestação contra a nossa greve, alardeada pelas CREs, demonstra o quanto o governo precisa manipular e controlar servidores e pais de alunos, para continuar entrando com suas políticas orientadas pelos organismos multilaterais, como o Banco Mundial. Se utilizam de cabos eleitorais pagos com os recursos do Estado que se fazem passar por pais de alunos insatisfeitos com a greve.

A verdade já explodiu com a nossa mobilização. Não aceitaremos mais este controle. Continuaremos lutando até que Eduardo Paes e Claudia Costin aprovem o nosso Plano de Carreira. Não passarão!

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