quarta-feira, 2 de julho de 2014

Vereadores condenam descontos e falta de diálogo do governo municipal com os profissionais da rede municipal

Em pronunciamentos realizados ontem (dia 2 de julho) na Câmara Municipal, vereadores condenaram o corte no ponto e as retaliações do governo municipal aos profissionais das escolas municipais que realizaram a greve. Diversos parlamentares também criticaram a recusa da secretária municipal de Educação, Helena Bomeny, de receber uma comissão do legislativo para discutir a questão dos descontos e da reprovação de dezenas de professores que se encontravam em estágio probatório por realizarem a greve unificada da Educação. A direção do sindicato percorreu os gabinetes da Câmara, solicitando a intervenção do órgão junto ao governo municipal para reverter as medidas arbitrárias contra a categoria. Veja alguns pronunciamentos contra o comportamento da prefeitura e da SME:

Vereador Brizola Neto (PDT): “Não consigo entender como uma secretária ded Educação recusa uma audiência com oito vereadores, cancelando uma reunião e se recusando a remarca-la. (...) A audiência tinha objetivo de tratar da questão da demissão, ou seja, do corte no salário dos professores que fizeram greve. (...)P Cortar o salário dos trabalhadores é mesquinho e demonstra uma pequenez muito amarga. (...) Profissionais estão com os salários cortados e impedidos de pegar uma condução para dar suas aulas. Pior, quando se corta o ponto, a SME dá uma clara indicação: não é preciso repor as aulas(...)

Vereador Jorge Felippe (PMDB e presidente da Câmara): “Vou procurar intervir para que os vereadores sejam recebidos. Naturalmente se isso não ocorrer, vamos convocar a secretária à Câmara de Vereadores para prestar os devidos esclarecimentos.”

Vereador Reimont (PT): “Faço coro à fala do vereador Leonel Brizola Neto em relação aos profissionais de educação. (...) Nós temos profissionais da educação, que no eu entendimento, é um segmento imprescindível para a sociedade, um segmento que merece todo o nosso respeito, profissionais que tem recebido nesses dias o contracheque com R$ 22,00 na sua conta corrente. Sabemos que o Estatuto do Servidor fala sobre o teto de 10% para desconto por mês dos profissionais de educação. O que o prefeito está fazendo com essa ação na SME é dizer exatamente: “Nós estamos nos lixando para a educação”. (...) A Alerj fez votação, fez encaminhamento, encaminhou para o governador para que fossem relidas, para que fossem anuladas as ações contra os profissionais de Educação do Estado. (...) Que a secretária de Educação Helena Bomeny abra espaço na agenda para conversar conosco, para conversar com os profissionais de educação.”

Vereador Eliomar Coelho (PSOL): (...) “O que está acontecendo com os professores... (...) Há muito tempo que existe um processo de sucateamento político das nossas escolas públicas, com objetivo de entrega-las à iniciativa privada. Hoje, por exemplo, é riscada, na prática da política educacional a autonomia pedagógica. Hoje a prefeitura compra pacotes pedagógicos que nada tem a ver com a realidade dos nossos alunos. É um absurdo atrás do outro! (...) Os profissionais de educação, inclusive, decidiram encerrar com a greve na última assembleia. Uma sinalização por parte da categoria de que quer conversar, dialogar. E isso é vedado pelo executivo, que está apostando, exatamente, no arrebentar da estrutura do movimento sindical da categoria dos profissionais no Estado do Rio de Janeiro.

Vereador Renato Cinco (PSOL): “Eu quero saber como a secretária de Educação e o prefeito têm a cara de pau de dizer que estão preocupados com os estudantes das escolas municipais, quando tem a coragem de pagar R$ 22 a um profissional da educação do município do Rio de Janeiro. Mesmo a greve acabando, como esse profissional vai se apresentar na escola para dar aulas? Quem vai pagar a passagem de ônibus? Esse profissional não tem dinheiro para alimentar sua família, não tem dinheiro para pegar o ônibus para dar aula. A prefeitura está inviabilizando qualquer tipo de relação saudável entre o poder municipal e os profissionais da educação com esse tipo de medida.

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