terça-feira, 3 de novembro de 2009

Comunidades escolares continuam sob risco em meio à guerra entre polícia e traficantes em várias regiões do Rio

Fonte: Site do SEPE-RJ (03/11/09)

Desde meados de outubro, com a invasão do Morro dos Macacos, escolas localizadas em diversas áreas consideradas de risco estão sendo obrigadas a manter as portas abertas, mesmo com o risco de confrontos entre quadrilhas ou destas com a polícia. Hoje, mais de 11 escolas na região da Vila Kennedy abriram as portas, mas tiveram que fechar em meio aos tiroteios. As autoridades municipais e estaduais nas áreas de educação e segurança continuam se omitindo e não fazem nada para garantir a segurança das comunidades escolares

Nas últimas semanas, o Sepe tem denunciado as precárias condições de segurança a que estão submetidos os profissionais de educação e alunos das comunidades escolares localizadas em áreas de risco em diversas regiões da cidade. A situação tornou-se insustentável desde a tentativa de invasão do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, em meados de outubro, quando diversas unidades municipais e estaduais localizadas nas regiões adjacentes foram obrigadas a abrirem suas portas pela SME e SEE, mesmo em meio a protestos da categoria e de responsáveis temerosos com os confrontos entre a polícia e os traficantes em disputa pelos pontos de drogas.


Com o aumento das ações policiais em diversas localidades, o risco se ampliou para outras regiões da cidade, como a Zona da Leopoldina (Manguinhos) e no Complexo do Alemão (Vila Cruzeiro), onde a troca de tiros e as invasões da polícia provocaram mortes e ferimentos em moradores e o fechamento das escolas. O Sepe já recebeu informações de que a situação ainda continua crítica na Vila Cruzeiro, onde as escolas continuam abertas, deixando em risco alunos, professores e funcionários.


Agora, desde o final da semana, as escolas localizadas na região da Vila Kennedy, Zona Oeste da cidade, se encontram em meio a mais uma guerra entre quadrilhas rivais e a polícia, que ocupou a Vila Kennedy e vem efetuando operações em plena luz do dia. Nesta terça-feira (dia 03/11) 11 escolas públicas na Vila Kennedy abriram as portas, mas não puderam funcionar por causa do tiroteio entre quadrilhas rivais e, também policiais que atuam na ocupação do local.
O Sepe já procurou a Secretaria Municipal de Educação para exigir providências, visando garantir a segurança de profissionais de educação e alunos. Também denunciamos na imprensa as manobras das autoridades municipais e estaduais, que estão obrigando as escolas a manterem suas portas abertas para aparentar uma pretensa “normalidade”, a qual só existe na cabeça dos governantes pouco preocupados com a segurança da população. Não é possível que as escolas continuem funcionando em áreas onde confrontos ainda estejam ocorrendo, expondo a vida de milhares de alunos e de centenas de profissionais de educação. Não podemos aceitar tamanha omissão do poder público e ver as nossas escolas transformadas em cobaias numa experiência de segurança pública que atira primeiro para depois conferir quem é culpado ou não e não consegue deter a onda de violência que cada vez mais se abate sobre a nossa cidade.

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