sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Prefeitura do Rio recua e nega que escolas terão treinamento contra tiroteios

Para Eduardo Paes, seria "patético" ensinar a alunos como escapar de confrontos; secretária de Educação foi "enquadrada", disse ele

Publicado em 05/11/2009 às 18h13:
Camila Ruback, do R7 no Rio

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), disse na manhã desta quinta-feira (5) em entrevista exclusiva ao R7 que não vai permitir que alunos, professores e funcionários da rede municipal de educação façam treinamento para aprender a escapar de tiroteios. Na última quarta-feira (4), a Secretaria Municipal de Educação confirmou à reportagem do R7 que estuda criar um programa para ensinar os estudantes a lidar com situações de risco, incluindo confrontos armados nas proximidades.
Paes classificou a ideia do treinamento como "patética" e afirmou que a secretária municipal de Educação, Claudia Costin, "já foi devidamente enquadrada".
- Se quer fazer treinamento para fugir de tiroteio, não vai fazer porque eu não vou deixar. Mas se for um negócio sério, de treinamento contra incêndio, por exemplo, que deve ter em qualquer prédio, aí é claro que é factível. Seria patético fazer um treinamento para ensinar criança a fugir de tiroteio. É querer aparecer na imprensa sem necessidade.
A reportagem do R7 entrou em contato nesta quinta-feira (5) com a secretaria, que ainda não se manifestou sobre as declarações do prefeito.

Treinamento
Segundo as declarações da assessoria de imprensa da secretaria dadas na quarta-feira (4), a ideia é preparar os profissionais que trabalham em escolas para terem "uma atuação apaziguadora" durante situações graves, como tiroteios e conflitos armados.
O treinamento inclui também técnicas para lidar com incêndios, enchentes e outros problemas que sejam enfrentados pelos colégios. Ainda não há data definida para a implantação da capacitação nem o número de escolas que seriam atendidas.
O Rio de Janeiro tem pelo menos 150 escolas municipais em áreas consideradas de risco, segundo a secretaria. É comum o fechamento das unidades quando há troca de tiros, geralmente em comunidades. Milhares de estudantes são obrigados a voltar para casa por medida de segurança, sendo prejudicados com a interrupção das aulas.
Foi o que aconteceu nesta quinta-feira em Costa Barros, na zona norte. Cinco escolas e quatro creches que ficam na região não funcionaram nesta manhã por causa de operação policial nos morros da Pedreira e da Lagartixa. Com isso, 4.037 estudantes ficaram sem aulas.
Ainda segundo a Secretaria de Educação, após confrontos, a frequência dos alunos costuma ser muito baixa. Isso foi observado na última quarta-feira (4) na favela Vila Kennedy, em Bangu, zona oeste.
Escolas e creches voltaram a funcionar sem a presença normal de matriculados, após as atividades terem sido suspensas na terça (3) por causa de tiroteios. Desde domingo (1º), traficantes de quadrilhas rivais tentam invadir a Vila Kennedy para controlar o comércio de drogas. Já houve vários confrontos com a Polícia Militar, deixando cinco moradores baleados e dois espancados. A PM está no local reforçando a segurança.
Ainda em entrevista ao R7, o prefeito Eduardo Paes disse que a disciplina de língua inglesa será incluída na grade curricular dos alunos da rede municipal em 2010. Ele reafirmou o compromisso de pagar gratificações para quem trabalha em área de risco, assim como 14º salário para os profissionais com os melhores desempenhos.

Confira a notícia abaixo em: http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/prefeito-do-rio-de-janeiro-recua-e-nega-que-escolas-terao-programa-de-treinamento-contra-tiroteios-20091105.html

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