O Sepe está fazendo contatos com a Secretaria Municipal de Educação, no sentido de que o órgão suspenda a realização da Prova Rio (uma das avaliações realizadas pelo governo municipal junto aos alunos para aferição do processo educacional das unidades da rede municipal) em escolas localizadas no entorno do Complexo do Alemão, cujos dados são utlizados para a composição do IDEB e de gratificação para os profissionais de educação. A direção do sindicato está visitando várias escolas situadas em áreas próximas à região da Penha e de outros bairros que são limítrofes às favelas que compõem o Complexo e que atendem, na sua maioria, a alunos que moram em favelas como o Morro da Fé, Vila Cruzeiro, Alemão, entre outras afetadas pelos conflitos que resultaram na tomada pela polícia de todo o conjunto de favelas.
A Prova Rio já foi aplicada para os alunos do turno da manhã e serão novamente aplicadas para os estudantes do turno da tarde, em escolas municipais, como a EM Ary Quintela, EM Branchi Horta e EM Augusto Mota, entre outras. Todas elas funcionam próximas às favelas do Complexo do Alemão e como a maioria dos alunos reside nestas localidades, o índice de freqüência está muito baixo. As direções das escolas, de acordo com a resolução 1813 da SME, têm autonomia para avaliar as condições de segurança das escolas e suspender as atividades, mas muitos profissionais de educação estão se queixando ao Sepe de que as Coordenadorias de Educação (CREs) estão pressionando as diretoras a manterem as escolas abertas e a aplicarem a Prova Rio nos dois turnos desta segunda-feira. Nas escolas que funcionam dentro do Complexo, a SME determinou o fechamento das unidades nesta segunda-feira.
O Sepe avalia que a aplicação da Prova Rio hoje é um erro, já que muitos alunos residentes nas favelas do Complexo do Alemão sequer têm condições de chegar até suas escolas, por causa da movimentação policial que ainda buscam traficantes escondidos nas favelas. O sindicato também lembra, que as crianças passaram uma semana inteira de tensão por causa dos confrontos entre policiais e bandidos e não têm condição psicológica para realizar tal avaliação. Por isso, o sindicato está entrando em contato com a SME para que a secretária Cláudia Costin cancele as provas do turno da tarde e invalide as já realizada pela manhã, marcando uma nova data para a realização do exame nestas escolas localizadas próximas às áreas de risco.
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