No dia 17 de novembro (quarta), às 11h, o Sepe terá audiência com a subsecretária municipal de Educação do Rio, Helena Bolmeny, para discutir especificamente o projeto Ginário Carioca. Abaixo, a opinião do Sepe sobre o projeto:
O Ginásio Carioca é o principal projeto educacional do prefeito Eduardo Paes e da secretária municipal de Educação, Cláudia Costin. O objetivo é atingir os alunos do 7º ao 9º ano. Os do 6º ano ficarão nas escolas de primeiro segmento e terão aulas com PII, de acordo com a própria secretária (Projeto Travessia). Porém o PII só está habilitado a dar aulas até o 5º ano. Interessante é que não utilizamos mais a expressão ginásio para designar as turmas do 6º ao 9º ano. Seria mais um retrocesso?
O decreto de Paes, entre outras coisas, cria o professor “polivalente”. Língua Portuguesa, História e Geografia, para um. Matemática e Ciências com outro. Artes, Educação Física e Inglês (já que no decreto não se utiliza o termo Língua Estrangeira) terão outro professor. Nada estranho para quem já desqualificou estas disciplinas com a resolução 1048. Estranho é que na década de 70, com o objetivo do ensino tecnicista, as licenciaturas curtas foram utilizadas para professores polivalentes. Seria mais um retrocesso?
A Prefeitura afirma que as apostilas e o Educopédia garantirão as aulas. Isso significa não apenas a flexibilização do professor, e sim a transformação em um mero monitor, que aplicará aulas pela internet e televisão. A partir daí não haveria mais carência de profissionais, nem concurso público. Mas como ficaria o fundo do Previrio sem novos concursados para a contribuição?
O decreto deixa uma série de lacunas, inclusive sobre a garantia da origem para os profissionais que não optarem por 40 horas. Devemos lembrar que o Rio de Janeiro é um dos únicos estados que conseguiu com muita luta manter esta carga horária, tão necessária para nossa saúde e formação. E quem optar? Vai sobrar? E com a avaliação feita pelo plano de metas, o que poderá acontecer?
Nos EUA solucionaram este problema com a demissão de professores públicos. Lá, o projeto é o mesmo e fecharam muitas escolas por falta de desempenho. Em São Paulo, só há mudança de nível no Plano de Carreira através dos Provões de professores. Conhecendo a política deste prefeito que vem substituindo o professor por qualquer pedaço de telha que encontre na rua, podemos concluir qual é o verdadeiro objetivo da Prefeitura.
Por isso, os profissionais de educação, junto com toda a comunidade escolar, farão as mobilizações necessárias para dar uma resposta a mais este ataque da Prefeitura.
Os alunos da escola pública têm o direito a todo o conhecimento Universal. Escola não é fábrica, aluno não é mercadoria, educação não é negócio!
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