quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sepe flagra esquema dos governos estadual e municipal na contratação de inspetores de alunos para as escolas municipais do Rio

   O Sepe desmascarou um processo irregular de contratação de inspetores para as escolas da rede municipal, que estava sendo efetuado em conjunto pelos governos do Estado e do Município e de, pelo menos, uma empresa de terceirização, a VPAR. A partir de denúncias recebidas pela Regional III, de que uma fila reunindo centenas de pessoas na porta do Grajaú Tênis Clube, estava efetuando inscrições para o cargo de inspetor de alunos do município, o sindicato se dirigiu para o clube para ver o que estava acontecendo, já que, em nenhum momento a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, anunciou a contratação de funcionários terceirizados para assumir cargos de agentes educadores nas escolas.
    Ao chegar no local para apurar a denúncia, descobrimos que se tratava realmente de uma seleção de candidatos, que estava sendo feita pela empresa VPAR e que só poderiam entrar no local da inscrição “candidatos” indicados por políticos da base dos governos estadual e municipal. Esta informação foi dada por um dos seguranças que estavam organizando a fila na porta do clube. Na fila, fomos informados que tais cartões com a indicação para a seleção poderiam ser obtidos no seguinte endereço: Rua Cuba 250 – Penha. O sindicato se dirigiu para este endereço e, ao chegar ao local, descobriu que se tratava de um prédio da Secretaria de Estado de Governo – Subsecretaria de Governo da Capital – Regional 3.

Vergonha: Maioria dos candidatos trabalhou na campanha eleitoral

    Ali, fomos encaminhados para o terceiro andar, onde uma pessoa explicou para os cerca de 20 candidatos presentes de que se tratatava de uma seleção para o cargo de inspetor de alunos das escolas municipais, com salário de R$ 600 e um auxílio-alimentação de R$ 5. A cada pessoa presente foi perguntado quem era que a estava indicando e, somente após isto, era preenchida uma ficha com o nome da pessoa e entregue um cartão, em nome de Eduardo Anderson, supervisor da Regional da Capital 32 da Subsecretaria de Governo da Capital do Governo do Estado. Todos os presentes, não só ali, mas também na fila do Grajaú Tênis, afirmavam que estavam lá indicados por lideranças políticas de diversas regiões da Capital.
    De posse destes dados e com fichas de inscrição e cartões com a indicação política, o Sepe entrou em contato com a Folha Dirigida e conseguiu pautar uma matéria, que foi feita desde a sexta-feira e publicada na edição desta terça-feira (dia 07 de dezembro). Juntamente com a direção do Sepe e acompanhada pelos vereadores Paulo Pinheiro e Reimont, a Folha Dirigida esteve no Grajaú Tênis nesta segunda-feira (dia 6 de dezembro) e ali os vereadores puderam comprovar na íntegra a nossa denúncia. Ao chegar no local, ficamos sabendo da presença de um dos diretores da empresa e de um assessor do prefeito Eduardo Paes, que desapareceram do clube. Somente uma funcionária da área de Recursos Humanos da VPAR se apresentou para os vereadores e direção do Sepe, mas negou as denúncias.
    Com base neste flagrante e no fato de que a  SME realizou, no último domingo, um concurso público para a contratação de agentes educadores (a mesma função do inspetor de alunos), os vereadores e o Sepe irão marcar uma audiência com a procuradora Bianca Motta, do Ministério Público Estadual e entrarão com uma representação conjunta para que o órgão apure todas as irregularidades constatadas no flagrante dado ontem. Veja o que foi constatado pelo Sepe e pelos vereadores:
  1. O concurso de agentes educadores, como são chamados nossos inspetores, está em curso (a prova aconteceu no dia 21/11) e a prefeitura não pode terceirizar se há candidatos que serão aprovados e aguardarão a chamada.
  2. Se já foi constatada a necessidade de mais agentes educadores, porque a prefeitura não aumentou o número de vagas deste concurso, que está limitada a cem vagas? Porque, mesmo antes do fechamento do concurso, estão fazendo a terceirização do serviço?
  3. Que licitação foi feita,  ou quanto o governo investirá nesta empresa que utiliza espaço público para fins privados.
  4. A partir dos relatos e provas que a direção da Regional apresentou, ficou constatado a utilização de prédio público para atividade privada e rentável.
  5. O tráfico de influência organizado pela empresa,o governo do estado e a prefeitura e o favorecimento de cabos eleitorais que trabalharam a campanha eleitoral.
  6. Outra irregularidade constatada foi a retenção da carteira de trabalho dos inscritos, o que não é permitido por lei.

Um comentário:

  1. do q adianta vc se esforçar para prestar um concurso e uma escola como a tim lopes do complexo do alemão contratar pessoas desqualificadas e que nao prestaram o concurso para atuar em nosso lugar. Nós que fomos aprovados nesse concurso de agente educador.
    a cada dia q passa eu me decepciona a cada dia mais com o esse Brasil.

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