Nesta quinta-feira, dia 19 de maio, a partir das 18h30, será realizado um ato público pelo arquivamento do processo na Justiça contra os 13 manifestantes presos durante um tumulto ocorrido na frente do Consulado Americano, no dia 18 de março. O evento será realizado na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio e dele tomarão parte deputados, juristas, sindicalistas, estudantes, integrantes do movimento popular e lideranças regionais e nacionais, juntamente com familiares e amigos dos 13 perseguidos políticos pelo governo Cabral.
Saiba mais em www.presosdoconsulado.org.br
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Entenda o caso:
MP não encontra provas contra presos em protesto
Os presos — a maioria deles militantes do PSTU — tinham participado de uma passeata pacífica, em que protestavam contra a presença do presidente americano com slogans e palavras de ordem antiimperalistas.
Presos em flagrante, na noite do dia 18 de março, os manifestantes foram indiciados pelos crimes de provocar incêndio colocando em risco a vida de outras pessoas e lesões corporais, por conta de um coquetel molotov jogado na frente do Consulado Americano. A autoria do arremesso é desconhecida.
O PSTU e os militantes presos negaram a participação na confecção ou arremesso do artefato. Este não é método de atuação do partido, que aposta sim na mobilização dos trabalhadores e estudantes, mas evitando atitudes isoladas ou provocativas como esta.
Os manifestantes foram presos momentos depois e em local afastado, quando juntavam as bandeiras para irem embora, sem que nada os ligassem ao ato que lhes foi imputado.
Ninguém foi acusado nominalmente de nada. Até porque um molotov só pode ser lançado por uma pessoa.
A política explicitou o caráter político da prisão, alegando que os manifestantes eram um “perigo” para a excursão que o presidente dos EUA fazia no Brasil e que “maculavam” a imagem do país no mundo. Decidiram mantê-los presos até Obama ir embora.
Por outro lado, esqueceram do caráter político e os enviaram para presídios comuns. Não satisfeitos com toda a violência ilegal e covarde, rasparam as cabeças dos homens.
Ao todo, 13 pessoas foram presas, entre eles um menor de idade, aluno do Colégio Pedro II filiado ao PSOL, que foi encaminhado à Delegacia da Infância e Adolescência. Entre os adultos detidos, estava Maria de Lourdes Pereira da Silva, conhecida como "Vovó Tricolor", de 69 anos de idade, que jamais havia entrado em uma delegacia e não recebeu nenhum tratamento especial, mesmo sendo idosa.
Na expectativa de verificar a existência de prova que incrimine os presos, a promotora Maria Helena Biscaia solicitou ao juízo que reivindique ao Consulado Americano cópia das imagens que por ventura tenham sido captadas por câmaras de seguranças existentes no prédio. Na época do incidente, a Polícia cogitou buscar as imagens, mas, segundo a promotora, nos autos de prisão em flagrante não existe qualquer referencia às imagens, o que não lhe permite saber se foram realmente requisitadas e não encaminhadas ou se não existe imagem alguma.
Sem uma nova prova que incrimine os envolvidos, não pode haver denúncia e a prisão de todos eles — que ficaram cerca de 70 horas recolhidos em presídios durante todo o final de semana — terá sido uma mera satisfação política, ou seja, uma cena para os americanos verem.
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