quarta-feira, 20 de julho de 2011

Resposta do Sepe ao Jornal O Dia (20 07 2011)

Na edicão de hoje (dia 20/7) do Jornal O Dia, no Coluna intitulada "Estação Carioca", que teve por título a seguinte frase: "O fim dos professores", o articulista Fernando Molica faz uma crítica aos governantes e, também, aos  sindicatos que representam os profissionais de educação, afirmando que eles "parece que fizeram uma espécie de pacto com o inconfessável objetivo de acbaar com os professores" (sic). Seguindo uma linha de pensamento que coloca o grave problema da falta de professores em matérias como Física, Química e Matemática nas escolas como decorrente da expansão da rede pública - o que é um erro, que a rede estadual tem diminuído de tamanho desde o final da década de 90 (de cerca de 1,5 milhão de matrículas anuais para as atuais 1,2 milhão de matriculas) - ele começa criticando os governos "que se lixaram para o ensino público" e que este descaso teria se refletido no aviltamento dos salários do magistério.

Depois, o articulista se volta contra os sindicatos, criticando a insistência "na rotina de greves e se fecham na lógica corporativa" (sic). Também diz que as entidades correm de "propostas de avaliação assim como secretários de Fazenda ou de Planjamento fogem de percentuais mais razo´veis de reajuste" (sic).

O propósito de tal artigo não é outro senão o de fazer um comentário,primeiramente, sobre o panorama nacional, onde diversas redes públicas de ensino se encontram mobilizadas e lutando por reajustes salarias, salários mais dignos e valorização do setor educacional. Por conta desta mobilização, temos diversas redes nos principais estados do país que estão realizando ou realizaram greves recentemente. Em segundo lugar e particularmente, fazer uma crítica à rede estadual do Rio de Janeiro, que se encontra paralisada mais de um mês, numa das maiores mobilizações da categoria dos últimos anos, depois de anos tentando fazer com que o governador Sérgio Cabral cumprisse as suas promessas da campanha eleitoral retrasada (2006!) de valorizar a educação. Isto mostra a força da nossa mobilização, que o governo estadual tenta de todas as maneiras mascarar com a divulgação de dados falsos sobre o índice de paralisação das escolas e outras medidas de contra-informação para tentar abalar a força da greve da rede estadual. A imprensa acaba seguindo a lógica do governo e reproduz o discurso deste contra o direito à greve da categoria e em defesa da meritocracia.

Desde o dia 15 de julho, a mídia tem feito denúncias acusando o Sepe de ter incitado os alunos das escolas estaduais a promoverem um boicote do Saerjinho, avaliação que integra o Plano de Metas do secretário Risolia, qu tem como um dos seus principais eixos a meritocracia e a lógica produtivista na educação estadual. O Sepe reafirma não ser contra qualquer avaliaçãoo diagnóstica que tenha por objetivo identificar problemas no processo ensino aprendizagem para melhorar a qualidade da educação. Somos contra, sim, a utlização de avaliações externas, como o Saerj, utilizadas para "premiar ou punir" professores e funcionários de acordo com o resultado das provas, estabelecendo uma lógica de remuneração variável.

O problema é que o Saerjinho é uma valiação classificatória que pretende estabelecer salários diferentes de acordo com aprodutividade de cada escola. O governo do estado, ao implementar este sistema de metas, parece ignorar que tal sistema deu errado em vários lugares, como Chile, EUA, Sâo Paulo, por exemplo. E deu errado aqui no Rio também com o Programa Nova Escola, que foi um tremendo fracasso.

Não boicotamos o Saerj para impedir um diagnóstico, pois nós profissionais de educação fazemos isso o tempo todo. Boicotamos o Saerj porque podemos aceitar que a educação pública seja encarada como uma mercadoria vendida a preços diferetnes dependendo das condições do "negócio". Educação de qualidade é direito de todos e dever do Estado.

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