Infelizmente esta escolha não segue os critérios democráticos reivindicados pela categoria. A “eleição” é na verdade, uma “consulta” com critérios determinados pela SME.
Para quem serve as eleições de direções das escolas e creches do município do Rio?
DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA, GRATUITA DE QUALIDADE OU GESTÃO DA PRECARIZAÇÃO DO GOVERNO EDUARDO PAES?
Hoje, dia 23 de novembro, inicia-se o processo de “Consulta à Comunidade Escolar” para a escolha da direção das escolas e creches da Rede Municipal do Rio de Janeiro.
Os “eleitos” terão que administrar os enormes problemas que enfrentamos na educação pública: pouquíssimos recursos, já que a prefeitura continua sem aplicar os 25% das verbas em educação; infra-estrutura precária; déficit de profissionais; excesso de alunos em sala de aula; privatização; quebra da autonomia pedagógica; violência; baixos salários e outros obstáculos.
Funcionários não tiveram direito a se candidatar. Professores tiveram que fazer um curso à distância para a “capacitação da gestão”. Os Ginásios Experimentais Cariocas, não passaram por este processo. Os índices das avaliações externas foram elemento de pré- aprovação dos candidatos. O projeto político pedagógico, construído com a comunidade escolar foi ignorado.
Apesar disto, muitos profissionais se candidataram com o objetivo de tornar escolas e creches, um local melhor para os profissionais, alunos e responsáveis. Porém, se o descaso do governo com a educação continuar e a política meritocrática for mantida, isso se tornará uma tarefa quase impossível.
A prefeitura quer acabar com o verdadeiro papel que as direções de escolas e creches devem ter, impondo uma lógica de gestão empresarial. O objetivo é impedir a mobilização dos trabalhadores e fazer com que os diretores sejam um filtro controlador das questões que o governo não resolve. Assim, todos os problemas que enfrentamos são atribuídos a “gestão” e aos profissionais de educação, que ”não buscam soluções”, isentando o governo da responsabilidade que tem pelas péssimas condições de trabalho.
Para nós, profissionais de educação, uma direção deve estabelecer a democracia e se recusar a compactuar com o governo. A maioria dos problemas só será resolvida com nossa mobilização. Por isso reprimir greves, paralisações, coibir a luta dos trabalhadores e praticar assédio moral é colaborar com os ataques à educação.
As direções não podem esquecer que continuam sendo profissionais de educação que mudaram de função por um período. Sua carreira, salário e as condições que encontrará na aposentadoria dependem dos avanços e conquistas obtidas pelo conjunto da categoria.
Por isso, os futuros diretores devem ter um compromisso com a comunidade escolar e não com o prefeito. Deve apoiar-se na comunidade escolar que a elegeu e seguir com sua categoria na luta pela educação pública gratuita e de qualidade.
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