terça-feira, 30 de outubro de 2012

Professor denuncia câmaras de vigilância em sala de aula da FAETEC de Quintino


Um professor enviou esta denúncia para a Regional 6 do Sepe (Jacarepaguá) sobre a colocação de câmeras nas salas de aula da FAETEC de Quintino. Veja abaixo,  o artigo que ele enviou .

CÂMERAS NA SALA: SEGURANÇA OU FALÊNCIA DA EDUCAÇÃO?

Os professores e estudantes da Escola Técnica Estadual República, da FAETEC, em Quintino, ficaram perplexos com a instalação de “câmeras de segurança” em sala de aula, no último dia 11 de outubro. A instalação começou nas salas do terceiro andar do prédio, que já abrigou a antiga FUNABEM, e deverá, até o início do próximo ano letivo, atingir todas as salas da escola.

A decisão não contou com a consulta aos professores e estudantes da instituição. O primeiro questionamento a ser feito é: Como uma decisão polêmica como essa é tomada unilateralmente pela direção da escola, a revelia dos professores? A direção apresentou essa proposta quando da consulta à comunidade escolar, por ocasião do processo de escolha do diretor? Não, nada disso foi feito!

Uma placa em cima do quadro dizendo “sorria, você está sendo filmado” alerta que as câmeras, recém instaladas, estão em funcionamento. Sorrir, mas sorrir de quê? Do extremo controle, do autoritarismo e do adestramento a que todos passaram a ser submetidos?

Lutamos, durante décadas, contra a Ditadura Militar. Lutamos pela Democracia, pela Liberdade, pela Justiça. Lutamos por uma Educação Pública, gratuita, de qualidade e democrática. Lutamos por uma educação dialógica, formadora da cidadania e da consciência crítica. Cursamos licenciaturas e pós-graduações lendo obras como “Educação como prática da liberdade”, “Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire. Mas, agora, vemos a “tecnologia” do sistema prisional invadir a escola. Numa rápida olhadela nas páginas da internet, podemos ler anúncios de empresas de segurança atestando a “eficiência” dessas câmeras nas penitenciárias. Tudo em nome de uma “segurança”?! Mas que segurança é essa que não respeita opiniões, nem o papel formador da educação e trata a todos como potenciais transgressores? 

O prédio da Escola Técnica República, escola pública a qual todos se orgulham em trabalhar e estudar, já abrigou, no passado, a FUNABEM, instituição concebida, não por acaso, nos exatos nove meses após o Golpe Militar de 1964, e que tratava o comportamento divergente e desviante das crianças e adolescentes como uma “patologia da pobreza”.

É preciso dizer a esses colegas que defendem uma escola fundada no controle, na vigilância, no adestramento e na punição um NÃO. NÃO, OS NOSSOS JOVENS NÃO VÃO PARA A ESCOLA PARA SEREM VIGIADOS E ADESTRADOS!

A escola é um espaço de construção da cidadania, um espaço de diálogo, solidariedade, compreensão e luta, luta por uma sociedade democrática!

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