segunda-feira, 8 de abril de 2013
Dois anos da tragédia da EM Tasso da Silveira
Ontem, dia 7 de abril, a tragédia da Escola Municipal Tasso da Silveira em Realengo, Zona Norte do Rio, completou dois anos. Naquele dia, em 2011, 12 alunos foram baleados e mortos e outros 12 foram feridos por um jovem, ex-aluno da escola.
À época, o Sepe convocou uma paralisação de 24 horas em protesto contra a falta de segurança nas escolas. A direção do sindicato acompanhou de perto esta tragédia, que abalou o país e teve repercussão mundial.
O Sepe também divulgou uma nota à imprensa no mesmo dia da tragédia, em que afirmou: “A falta de segurança nas escolas municipais e estaduais do Rio vem sendo denunciada pelo Sepe há anos, mas, infelizmente, os governos se recusam a discutir com a categoria o assunto. Dessa forma, o Sepe exige que o prefeito Paes e o governador, os respectivos secretários de Educação do estado e município do Rio, e as autoridades de segurança de nosso estado discutam com os profissionais de educação como enfrentar esse grave problema”.
E alguma coisa mudou nesse período desde o massacre? Infelizmente, quase nada. No estado, inclusive, a situação piorou, com a enorme carência de vigias e zeladores – cargos estes que podem ser extintos, se o Projeto de Lei 2055, de autoria do governador Cabral e recentemente enviado à Alerj para votação, que determina a terceirização dos cargos de funcionários administrativos, for aprovado.
Rotineiramente, a imprensa noticia casos de violência nas escolas – recentemente, uma professora foi brutalmente agredida por um aluno em uma escola municipal, no Bairro de Piedade. Em São Gonçalo, um PM foi denunciado por usar spray de pimenta nos alunos dentro de uma escola estadual.
O município do Rio também tem uma enorme falta de funcionários administrativos – a carência desse profissional é uma das principais causas para a violência em nossas escolas. A merendeira, o inspetor de aluno, o zelador, o residente, todos esses funcionários têm uma relação muito próxima dos alunos, pais e responsáveis, estabelecida ao longo de muitos anos. A falta desse profissional fragiliza a unidade escolar e dificulta ainda mais o trabalho pedagógico.
Os baixos salários e as más condições de estrutura na maioria das escolas públicas no Rio também pioram ainda mais a situação.
Os governantes se recusam a investir na educação pública o que a lei manda, fazem poucos concursos e mal convocam os concursados aprovados. O resultado desse descaso é o sucateamento da educação pública.
A sociedade como um todo tem que reagir a essa situação.
O descaso com a educação pública, provocado pelos governantes no Rio, repercute em todos os níveis sociais. Fechar os olhos ao abandono de nossas escolas não resolve nada. Cabe a todos os cidadãos cobrarem dos governantes mais investimentos.
Dessa forma, neste triste aniversário de dois anos da tragédia da EM Tasso da Silveira, os profissionais de educação das redes estadual e municipais do Rio denunciam que muito pouco foi feito para melhorar as condições de segurança e de funcionamento de nossas escolas.
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