quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Guerra do tráfico: Sepe pede a suspensão das aulas nas escolas próximas ao Morro dos Macacos

Publicada em 19/10/2009 às 20h33min
O Globo

RIO - O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) quer a suspensão das aulas nas escolas públicas próximas ao Morro dos Macacos, em Vila Isabel. Nesta segunda-feira, o sindicato recebeu denúncias de professores que trabalham nessas unidades sobre a pressão exercida pela Coordenadoria Regional de Educação (CRE) para que as escolas fossem abertas. Segundo o Sepe, a medida expõe os profissionais a ficarem no meio do fogo cruzado.
Ainda de acordo com o sindicato, o objetivo das autoridades é o de "aparentar uma normalidade e uma sensação de segurança para mascarar a falta de controle do governo no setor da segurança pública". No entanto, os alunos não foram às aulas nesta segunda-feira.
O Sepe quer exigir das autoridades condições de segurança para que as escolas localizadas nas áreas envolvidas no conflito entre traficantes no último sábado posam voltar a funcionar normalmente.
Em nota, o Sepe lembra que a abertura de escolas em áreas de confronto já foi tentada no Complexo do Alemão e causou ferimentos em alunos de uma escola municipal durante tiroteio entre traficantes e policiais. E defende que o termômetro sobre a real condição de funcionamento das unidades escolares deve ser a própria comunidade. "Se houvesse segurança na região, certamente os pais não sacrificariam seus filhos deixando-os sem aula".
(Veja flagrantes das operações em vários pontos da cidade)
Esta segunda-feira foi o primeiro dia de aulas após um helicóptero da polícia ter sido derrubado a tiros, no sábado. Agentes de diversos batalhões fizeram seis operações em várias favelas da cidade, resultando na prisão de homem na Favela do Jacarezinho - que já teria confessado participação nos atos de violência - e, no Morro da Chatuba, na apreensão de um rifle .30 antiaéreo, que pode ter sido usado no ataque ao helicóptero da PM. No Parque União, morreu uma pessoa suspeita de participação em crimes, elevando para 20 o número de mortos nos confrontos recentes - três deles, sem qualquer ligação com o tráfico.
O major Oderlei Santos, relações públicas da PM, afirmou que as ações policiais só irão terminar quando forem presos todos os criminosos envolvidos na guerra do último fim de semana. O cabo Izo Gomes Patrício, um dos policiais que estava no helicóptero, faleceu pela manhã.
- (As operações) não têm prazo para término. A Polícia Militar vai atuar incansavelmente na busca e captura desses criminosos. Se eles resistirem, haverá confronto. E a polícia não vai recuar - afirmou o major, em entrevista ao site G1.

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