quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ginário Carioca é novo ataque contra a rede municipal do Rio. Veja a cartilha lançada pela prefeitura

 GINÁSIO CARIOCA: ESVAZIAMENTO DAS FUNÇÕES DOCENTES?
(texto publicado no Boletim Unificado do SEPE RJ)
No dia 19 de agosto, a Secretária Cláudia Costin lançou o Programa Ginásio Carioca, a principal política para os anos finais do Ensino Fundamental na rede municipal do Rio, destinada inicialmente aos alunos de 7º ao 9º anos de 10 escolas – uma em cada CRE. Dentre as principais ações deste programa (listadas no site da própria SME) estão: educação em tempo integral obrigatória, professores polivalentes, projeto de vida do aluno orientado por um tutor, prova de nivelamento e matrícula. Sobre estes aspectos, gostaríamos de apresentar alguns questionamentos:
1. Ao decidir atingir apenas os alunos do 7º ao 9º ano, cabe a pergunta: o que será feito com os alunos do 6º ano? A secretária afirmou que serão deslocados para “escolas próximas” e ainda que terão aulas com PII (Projeto Travessia). Será que e
2. Sobre a carga horária das professoras: mlutamos pela manutenção
da carga horária de 16 tempos, pois os governos sempre se utilizaram da ampliação da carga para retirar direitos ou desvalorizar os profissionais (vide a experiências dos professores e funcionários dos CIEPs). Não será esse o caso novamente? Como fica nossa aposentadoria? No futuro, quando todas as escolas estiverem sob esse regime, o que acontecerá com quem não optar pela mudança de carga horária? Estarão garantidas as lotações?
3. Professoras polivalentes (atuação por núcleos de conhecimento). Pelo decreto de criação do Ginásio Carioca, as professoras atuarão em três áreas: a) Português, História e Geografia; b) Matemática e Ciências c) Artes, Educação Física e Inglês. Parece a continuidade da resolução 1048... Essa medida não acarretará prejuízos acadêmicos para nossos alunos, retornando ao já superado sistema baseado nas licenciaturas curtas? As graduações hoje em dia estão cada vez mais especializadas. Como esperar que uma mesma professora domine os conteúdos de disciplinas diversas?
4. O horário integral seria garantido pelas apostilas e pela Educopédia. Isso não significa a transformação da professora em mera monitora, a aplicar as aulas pela internet e televisão?
Lembremos que a proposta da Educopédia consiste em apresentar por meio digital, aulas “auto-explicativas” para que os alunos “possam utiliza-lo sem depender de orientações” (citações de texto da própria SME). Este não é mais um caminho para a padronização dos currículos e do conhecimento destruindo o que resta de autonomia pedagógica das professoras? Já não bastam os provões e demais avaliações vindas de cima?
5. “Projeto de vida” do aluno: a secretária afirmou que os alunos serão orientados por tutores e poderão ter uma carga horária maior de disciplinas que tenham relação com suas escolhas profissionais (Ex. Engenheiro – Matemática). Não seria essa uma especialização precoce, negando aos nossos alunos o acesso ao conhecimento universal produzido em suas múltiplas dimensões? Como serão escolhidos estes tutores e qual o seu papel no cotidiano das escolas?
6. A SME fala de prova de nivelamento matrícula. Para que servirá mais este provão? Diagnóstico ou classificação? Os alunos das escolas experimentais tem matrícula garantida em 2011. E depois disso? Essa prova de matrícula servirá como “peneira”, excluindo os alunos considerados menos capazes e criando núcleos de excelência na rede? Enfim, são muitos questionamentos. 
Por tudo isso, consideramos que o Programa Ginásio Carioca ataca frontalmente a autonomia pedagógica dos profissionais da educação, representa uma ameaça concreta à nossa carreira e aposentadoria, servindo apenas para maquiar os problemas enfrentados no dia-a-dia pelas professoras e funcionárias das escolas municipais.
Entendemos que o horário integral deve acompanhar a educação integral, onde o conhecimento acumulado pela humanidade esteja disponível para nossos alunos nas suas mais diversas formas e conteúdos, sem maquiagens, subterfúgios e programas midiáticos que parecem bons, mas escondem diversas armadilhas ao necessário processo de socialização do conhecimento.
leia mais no Boletim Unificado do SEPE RJ
Conheça a cartilha do novo projeto da dupla Paes & Costin contra a educação publica do município do Rio de janeiro.
 
 

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