sábado, 12 de setembro de 2009

'Jamais faria mal a um professor'

Policial militar fotografado de arma em punho durante manifestação no Centro, na terça-feira, pede desculpas a servidor que ficou sob a mira de sua pistola e lamenta o episódio: ‘Há um mês, era tratado como herói’, compara
POR ADRIANA CRUZ, O DIA, RIO DE JANEIRO

Haller Monken alega que foi cercado e sacou arma para não perdê-la
Rio - ‘Pelo amor de Deus. Jamais faria mal a um professor. Estudei no Pedro II’, desabafou o soldado da PM Haller Monken, de 26 anos, do 13º BPM (Praça Tiradentes). Terça-feira, durante um protesto de professores em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o militar foi cercado pelos manifestantes, como mostrou a fotografia publicada na edição de quarta-feira de O DIA, e acabou sacando a sua arma. “Foi o último recurso. A minha atitude foi para evitar uma tragédia”, garantiu.
Segundo Haller, a confusão começou quando um dos manifestantes agrediu um guarda municipal e foi se esconder no meio da multidão. “Na tentativa de pegá-lo, acabei cercado. Rasgaram a minha farda, arrebentaram a guia, uma espécie de cordão que prende a arma à farda. Mas quando senti mãos na pistola, decidi sacá-la, sem colocar o dedo no gatilho”, contou Haller. Na confusão, o policial perdeu as algemas, celular e radiotransmissor.
Ontem, Haller se encontrou com Rodrigo Coutinho, 27 anos, um dos professores que ficou sob a mira de sua arma. No encontro, o PM pediu desculpas. “Servidor apontando arma para servidor não é um assunto para ser encerrado. Como cidadão, aceito o pedido de desculpas, mas como professor, não posso deixar de lutar pelos meus ideais”, disse Rodrigo.
Há quatro anos na PM, Haller ponderou que, às vezes, a sociedade não entende algumas atitudes do policial. “Há um mês, era tratado como herói. Na ocasião, prendi um assaltante aqui no Centro que estava com uma granada. Ele tinha ainda a réplica de submetralhadora. Fiz a prisão e fui aplaudido. Mas hoje...”, lamentou.
O PM acrescentou: “A arma é instrumento de trabalho. Usei sem querer ferir ninguém”. Ano passado, quando servia no Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe), Haller salvou a vida Luiz Fernando Vilaça, que tentou o suicídio, subindo na marquise do estádio São Januário no jogo que rebaixou o Vasco para a segunda divisão.
Colaborou Alessandra Horto
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