domingo, 27 de setembro de 2009

O Preço do Sonho

COLUNA PANORAMA ESPORTIVO Jornal O Globo
26/09/2009
Há 15 meses, quando o Rio de Janeiro recebeu a pior nota do COI entre as finalistas da disputa pela sede dos Jogos Olímpicos-2016, ninguém imaginava que a cidade pudesse virar o jogo e chegar à semana decisiva com chances reais de vitória. Se, no próximo dia 2, pela primeira vez na história, o megaevento vier para a América do Sul, o Rio e o Brasil saberão aproveitar a oportunidade?A pergunta se impõe por conta do passado recente.
No fim de agosto de 2002, assim que desembarcaram no Aeroporto Tom Jobim, autoridades prometeram mundos e fundos, açodadas pela histórica vitória sobre a americana San Antonio, na disputa pela sede do Pan-2007: melhor aeroporto do país, linha 6 do metrô, ligação marítima entre a Praça 15 e a Barra da Tijuca, veículo leve sobre trilhos, despoluição da Baía de Guanabara e planos sérios para os sistemas de transporte, saúde e segurança.Para se ter ideia, no Caderno de Encargos vencedor, o hospital de referência do Pan-2007 seria o Lourenço Jorge (municipal)!
Os dias, as semanas, os meses e os anos se encarregaram de nos devolver à realidade. Mesmo assim, o Pan, orçado em R$500 milhões (em 2002), “fechou” em R$5 bilhões.
Se for cumprido o que o COB e os governos federal, estadual e municipal afiançaram no elogiado relatório da postulação carioca/brasileira, sem sombra de dúvida, o Rio vai melhorar muito. Mas e se o orçamento explodir, como no Pan-2007 e, agora, na campanha de candidatura de 2016, estimada em US$42 milhões em janeiro de 2008?
Vencendo, o Rio estará entre duas escolhas: a de uma cidade realmente melhor e capaz de aproveitar, como Barcelona-1992, a chance de realizar os Jogos; ou repetir a Ilha da Fantasia de 2007.
Cabe aos cariocas e aos brasileiros fiscalizar e cobrar.

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