O caso da EM Oscar Tenório, na Gávea, divulgado na última quinta-feira na mídia traz à tona o tema da responsabilidade pela violência que atinge nossas escolas. No episódio, um aluno teria levado gás de pimenta para a escola, ocasionando a lesão de oito colegas que foram parar no hospital, além da notícia de que uma professora teria se machucado na correria. Confusão de alunos, agressão moral e física aos profissionais, brigas, este é o quadro das escolas municipais. As escolas têm apresentado graves problemas de violência. Seja entre os próprios alunos ou contra os profissionais das escolas, o clima é de muita tensão, um verdadeiro barril de pólvora. Vamos mostrar qual é o quadro que o governo impõe às nossas escolas e quem são os verdadeiros responsáveis pelos problemas:
* Professores em suas salas de aula, com 45, 50 alunos ou mais, muitas vezes são praticamente carcereiros, pois não podem deixar que o aluno saia da sala já que não existe inspetor. Alguns professores têm que se posicionar na porta da sala de aula para não permitir que o aluno saia sem que ele perceba.
* Em muitas escolas as direções adotaram o sistema de crachás para o aluno ir ao banheiro. Como não existe o profissional para olhar os corredores, para o aluno ir ao banheiro o professor precisa controlar a partir de um crachá apenas, quem vai e quem volta. Além de não contribuir para a educação de nossos jovens, também é outra forma de carimbar o aluno para mediante qualquer problema, responsabilizar o seu professor.
* Direções que fazem de tudo, inclusive tentar fazer o papel de inspetores, porteiros e muitas vezes merendeiras. Além de ter que preparar todos os documentos, prestações de contas, pedido de merenda, trabalhar para empresas de ônibus fazendo o riocard para os alunos, bolsa família e muitos etecéteras. Isso sem falar na ínfima verba que recebem para resolver problemas estruturais de obras e ainda dar conta de comprar material didático, de limpeza etc.
* Dependências das escolas sem agente educador, e alunos alucinados pelos corredores, pátios, banheiros, quadras…
* Portão da escola abandonado sem porteiro.
* Salas superlotadas O resultado deste quadro não podia ser outro: violência para todo lado. Alunos se agredindo, alunos que xingam professores ou mesmo os agridem fisicamente. Alunos drogados dentro da escola e da sala de aula, outros que ameaçam de morte aos profissionais e mesmo alunos armados no interior de nossas unidades escolares. Preocupados em evitar escândalos, a SME e as direções das CREs orientam que as escolas abafem os casos e proíbem a divulgação para fora dos muros da escola. Muitas direções, preocupadas em manter o seu cargo preferem se omitir e esconder o problema a ter que defender profissionais que por vezes são agredidos ou ameaçados por alunos. Tudo isso, traz a perda total do controle e o agravamento dos problemas em nossas unidades. Numa rede onde a violência do governo pela destruição da escola pública é a maior de todas, não se pode esperar uma resposta positiva de nossas alunos.
Infelizmente são os profissionais de educação que estão neste campo de batalha. O prefeito, pessoal da SME e das CREs encontram-se confortavelmente em suas salas com ar condicionado e cafezinho e a única resposta que sabem dar à imprensa quando os problemas vem a público é que vão “abrir sindicância para apurar responsabilidades”.
Fonte: Regional 3 do Sepe http://regional3.sepe.tenhosite.com/site/
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